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Embrapa apresenta tecnologia inovadora para produção de embriões na Expointer 2017
Técnica que dispensa o uso de laboratório permite que produtores desenvolvam embriões bovinos nas próprias fazendas.
Uma técnica inovadora capaz de produzir embriões in vitro dentro da propriedade rural, sem a necessidade de laboratório, será a atração da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade de pesquisa da Embrapa localizada em Brasília, DF, na Expointer 2017, que acontece em Esteio, RS, no período de 26 de agosto a 03 de setembro de 2017. A tecnologia, que alia alta produtividade, sustentabilidade e economia, reflete o propósito da Embrapa de oferecer ao setor produtivo e à sociedade em geral soluções que harmonizem a agropecuária e a preservação ambiental.
A TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos) é uma biotécnica com grande potencial de aceitação pelo mercado agropecuário, já que apresenta todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV), com um benefício a mais: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade da FIV – ou seja, em torno de um bezerro por semana a partir de uma única vaca doadora - sem precisar sair da sua fazenda.
A FIV é hoje a biotécnica mais utilizada no melhoramento genético animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma vaca em menos tempo. Para se ter uma ideia da potencialidade das biotécnicas reprodutivas de maior Impacto utilizadas hoje na pecuária global, pode-se estimar que a inseminação artificial (IA) permite a obtenção de um (1) bezerro por ano; a transferência clássica de embriões (TE), um por mês; enquanto a FIV é capaz de produzir um (1) bezerro por semana.
A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Margot Dode, que estará presente a Expointer, explica que todo o processo da TIFOI se dá de forma natural, aproveitando o processo fisiológico da vaca ovuladora, o que imprime maior qualidade aos embriões. Grosso modo, a vaca é o laboratório.
TIFOI: a vaca é o laboratório
Os óvulos são aspirados da mesma maneira que na FIV, mas ao invés de maturados em laboratório, são cultivados dentro do corpo da vaca que está ovulando, aproveitando o seu processo reprodutivo natural. Depois da ovulação, os óvulos são fecundados por inseminação artificial (IA). Sete dias depois, os embriões que se desenvolveram são coletados e transferidos para a vaca receptora (barriga de aluguel), semelhante ao que ocorre na transferência clássica de embriões. A produção dos embriões de forma natural no trato reprodutivo da fêmea dispensa todos os componentes de laboratório, reduzindo significativamente os custos finais do processo.
Pelo pioneirismo no Brasil, a TIFOI teve sua marca registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Atualmente, os pesquisadores de biotecnologia animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia trabalham para aumentar a eficiência da técnica e transferi-la ao setor produtivo, o que está sendo feito a partir de cursos, publicações e participações em eventos, como feiras, exposições e dias de campo, entre outros.
Vantagens da TIFOI:
- Produção de grande número de embriões a partir de uma doadora;
- Aproveitamento dos eventos fisiológicos do animal;
- Produção totalmente realizada na fazenda;
- Não há utilização de hormônios;
- Menor Intervalo entre coletas;
- Menor custo de laboratório (custo da produção do embrião);
- Maior resistência à criopreservação (Congelamento);
- Maior qualidade do embrião;
- Mais facilidade para comercialização.
Fernanda Diniz (MTB/DF 4685/89)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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