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Fossa séptica biodigestora é apresentada a agricultores de Roraima
Foto: Lourenço Cruz
tecnologia simples traz bons resultados para a ampliação do saneamento básico rural no Brasil
O Sistema de fossa séptica biodigestora é uma tecnologia social simples e barata, desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos, SP), que vem trazendo bons resultados para a ampliação do saneamento básico rural no Brasil. Em Roraima, a tecnologia está sendo testado pela Embrapa em quatro Unidades Demonstrativas, sendo duas em propriedades de agricultores familiares e duas em comunidades indígenas.
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/2007), Roraima possui apenas 17,3% de domicílios atendidos por coleta de esgoto. No campo, esses números são ainda menores, levando as famílias a usarem alternativas inadequadas para o descarte dos dejetos sanitário, como a utilização de valas, fossas rudimentares ou despejo do esgoto a céu aberto.
A fossa biodigestora pode ser instalada em casas, chácaras e povoados rurais e é uma alternativa sustentável para o tratamento e descarte desses resíduos. A tecnologia funciona por meio do processo de biodigestão anaeróbia (ausência de oxigênio), que transforma o esgoto sanitário em adubo orgânico, com a utilização de esterco animal. O resultado do processo é um adubo líquido que pode ser utilizado para fertilizar o solo, pois é rico em nitrogênio, fósforo e potássio, nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas.
Segundo Lourenço Cruz, agrônomo do Setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Roraima, o sistema é uma alternativa à utilização de fossas negras, buracos na terra sem revestimento interno ou isolamento que podem contaminar os lençóis freáticos e poços. ‘Essa contaminação é muito prejudicial ao meio ambiente e as pessoas, pois a ingestão dessa água contaminada contribui para a elevação dos casos de hepatite, cólera e parasitoses intestinais', explica Lourenço.
Já o sistema desenvolvido pela Embrapa, completa o profissional, previnem contra doenças, protegem os lençóis freáticos e possibilita a produção continua de adubo orgânico de qualidade, o que ajuda na diminuição dos custos de produção e aumenta a renda familiar do agricultor.
As Unidades Demonstrativas da Embrapa já estão disponíveis para visitação. Os interessados em conhecer o sistema de fossa séptica biodisgestora, podem agendar uma visita com setor de transferência de tecnologia da Embrapa pelo telefone (95) 4009-7146.
Como funciona a fossa Biodigestora
A fossa séptica biodigestora consiste em um sistema inovador de tratamento do esgoto sanitário composto por três caixas coletoras com mil litros cada uma. Essas caixas ficam enterradas no solo para manter o isolamento térmico e funcionam conectadas exclusivamente ao vaso sanitário, interligadas entre si por tubos e conexões de PVC.
A caixa ligada ao vaso deve receber mensalmente cerca de 20 litros de uma mistura de 50% de água e 50% esterco bovino fresco. O objetivo desse procedimento é aumentar a atividade microbiana e, consequentemente, a eficiência da biodigestão.
Este material, junto com as fezes humanas, fermenta. A alta temperatura e a vedação das duas primeiras caixas eliminam os patógenos. Ao final do processo, tem-se um líquido sem cheiro desagradável e livre de micróbios que pode ser usado como adubo orgânico.
O sistema apresentado é ideal para uma família de cinco pessoas que despejam 50 litros de água e resíduos por dia. O custo de confecção e instalação desse sistema é de aproximadamente R$ 1.500,00.
Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Roraima
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