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Crescimento da demanda estimula criação de novos viveiros de produção de mudas de hortaliças
As informações sobre o processo de produção de mudas de hortaliças têm sido disponibilizadas por meio de livros, comunicados técnicos, circulares técnicas e boletins de pesquisa e desenvolvimento, e podem ser acessadas em formato pdf na parte de publicações na página da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) na internet. No entanto, a demanda por informações pelo assunto não para de crescer, em meio ao universo das consultas ao Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC),
o que pode ser visto como balizador da importância desse processo, na opinião do pesquisador da área de fitotecnia Marçal Jorge, especialista na área de produção de mudas: “É bastante positivo esse interesse, tendo em vista que lavoura com transplante de mudas vigorosas - obtidas com boas práticas de manejo - é sinônimo de plantas produtivas (produção mais produtividade) ”.
“Numa escala de 0 a 10, eu daria a nota dez à relevância de se produzir mudas vigorosas para uma produção satisfatória, por isso cada vez mais produtores estão preferindo adquirir mudas de hortaliças em viveiros, pensados e estruturados com esse objetivo. Para os que ainda preferem produzir suas próprias mudas, o pesquisador recomenda “separar muito bem a produção no campo e a produção de mudas”, já que o sucesso da primeira vai depender de como foi conduzida a segunda. “Ou seja, uma subsidia a outra de forma direta e decisiva, merecendo assim a mesma atenção por parte do produtor”.
Entre os produtores que produzem as próprias mudas e aqueles que optaram só pela produção para venda, o destaque vai para esses últimos, uma tendência que vem apresentando um crescimento significativo já há algum tempo, fator explicado pela facilidade de aquisição – as mudas vêm em bandejas – e pelo vigor das plantas – uma garantia, para o comprador, da sanidade das plantas adquiridas. Com maior interesse do mercado, ampliam-se os investimentos que terminam por contabilizar, para os viveiristas, bons dividendos econômicos.
Para que esse retorno seja satisfatório, Jorge chama a atenção para a observância de certas regras como condição primeira. Segundo ele, nessa questão o nível de profissionalismo do produtor é fundamental para o sucesso do empreendimento. “Uma pesquisa de mercado deve preceder qualquer outra ação, já que o produtor deve trabalhar sob demanda – não é recomendável produzir primeiro para depois procurar comprador “, adverte.
Com a pesquisa feita, área do viveiro preparada, definição das espécies de mudas de hortaliças que serão comercializadas, é preciso seguir o trâmite legal, que implica no preenchimento de formulários próprios exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e que incluem o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Para quem está interessado em produzir mudas de hortaliças, todo um sistema de prática cultural deve ser adotado, de acordo com o pesquisador: “Um conjunto de práticas que resulta em um sistema de produção e segue um padrão, mas que sofre adaptações, conforme a região, necessidades e/ou investimentos, mas que vem sendo realizado pela grande maioria dos produtores de mudas – bancada, sistema de irrigação com microaspersão (mangueira com bico do tipo chuveiro com furos a laser como complemento), cobertura do chão com brita, ráfia ou com controle do mato em chão batido, e instalação de pedilúvio (caixa com cal para assepsia dos calçados), por exemplo”.
Ainda relacionado a esse quesito, ele acrescenta que em muitos viveiros já é prática comum a instalação de pia com detergente para higiene das mãos, toucas para os funcionários, “procedimentos que vão se aperfeiçoando, e que incluem em muitos casos o banho e vestuário adequado”.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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