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Embrapa e parceiros iniciam a implementação da estratégia de combate ao desperdício de alimentos no país
Foto: Gustavo Porpino
Nos dias 9 de 10 de agosto, Embrapa participa de evento para discutir perdas e desperdícios de alimentos no Brasil
Cerca de 60% dos brasileiros desperdiçam alimento em bom estado, diz pesquisa recente encomendada pela Unilever e os motivos variam desde a falta de planejamento até ignorar a comida que está na geladeira. Os dados se somam à estimativa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) de que cerca de 1/3 de todo o alimento produzido no mundo seja desperdiçado ou descartado. Ciente dessa realidade, a Embrapa participa de iniciativas intersetoriais para redução de perdas e desperdício de alimentos e tem como desafio contribuir para a redução pela metade dessas perdas até o ano de 2030. Essa é uma das metas (meta 12.3) de um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas, em 2015 (Consumo e Produção Responsáveis).
Nos dias 9 de 10 de agosto, pesquisadores e analistas da Empresa participam do workshop coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) sobre perdas e desperdícios de alimentos. O evento dará início ao trabalho do grupo gestor criado recentemente pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) para tratar do tema. A Embrapa apresentará os resultados de pesquisa e metodologias relacionadas à mensuração de perdas na pós-colheita da cadeia de hortaliças. Também será responsável por coordenar painel que terá a participação de Felicitas Schneider, pesquisadora ambiental e especialista em redução de desperdícios, responsável pela coordenação do MACS G20 (Reunião de cientistas que colaboram com o G20 na área temática sobre perdas e desperdícios de alimentos).
Semana de Conscientização
Participar da Semana Nacional de Conscientização de Perda e Desperdício de Alimentos é mais uma das frentes de atuação da Empresa, que há mais de 40 anos desenvolve pesquisas sobre perdas de alimentos em toda a cadeia produtiva, incluindo diversas soluções tecnológicas, como a conservação de revestimentos biodegradáveis na conservação do coco, manejo integrado de pragas e grãos de sementes armazenadas, revestimento filmogênico na pós-colheita da goiaba, embalagens anatômicas para aumentar a vida útil de fruteiras, aplicação de revestimento comestível para a conservação do palmito de pupunha, entre outras. (Acesse aqui para conhecer as soluções tecnológicas desenvolvidas pela Embrapa).
Este ano, a Semana Nacional de Conscientização está prevista para ocorrer de 5 a 11 de novembro e contará com a participação de várias instituições além da Embrapa, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a FAO, WWF Brasil, Sebrae e ONU Meio Ambiente.
A semana tem o objetivo de aumentar a compreensão e fortalecer a ação de todos os setores da sociedade, principalmente consumidores, produtores agrícolas, indústrias alimentícias, comércio e varejo, pesquisa e inovação, com a finalidade de contribuir para a redução de perdas de alimentos no país. Foi instituída pela portaria 161 de 23/05/2018 do Ministério do Meio Ambiente e prevê a realização anual, sempre na quarta semana de outubro. Neste ano, em função das eleições, a semana será realizada no início de novembro.
Outras frentes
No dia 20 de setembro, a Embrapa coordenará, em parceria com a representação da União Europeia no Brasil, o "Seminário Internacional União Europeia-Brasil sobre perdas e desperdícios de alimentos em cadeias agroalimentares: oportunidades para políticas públicas", como parte do projeto liderado pela Embrapa nos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil. O evento ocorrerá na sede da Embrapa, em Brasília, e incluirá a apresentação dos resultados da pesquisa sobre consumo familiar de alimentos e desperdício, bem como dos resultados do projeto “Perdas e desperdício em cadeias agroalimentares”, liderado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Na ocasião, os participantes terão a oportunidade de debater as oportunidades de construção de políticas públicas e de parcerias público-privadas para a sustentabilidade da cadeia agroalimentar.
Participam do evento, apresentando suas experiências com políticas públicas e redução de desperdício as seguintes instituições: King´s College London, Agência de Proteção Ambiental da Suécia, Instituto de Pesquisa Ambiental da Suécia (IVL), Fundação Getulio Vargas, Ministério do Desenvolvimento Social e outros parceiros.
“Além desse evento em Brasília, teremos um outro em São Paulo, organizado pela FGV, com o apoio da Embrapa, com o objetivo de engajar o setor privado no combate ao desperdício de alimentos. Há muitas oportunidades tanto para o varejo quanto para a indústria de alimentos nesta temática. Podemos fomentar novos modelos de negócio alinhados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3 e ainda promover a estratégia nacional de redução das perdas e do desperdício de alimentos, como forma de acelerar a aprovação de leis e a implementação de políticas que possam contribuir com a redução do desperdício”, salienta Gustavo Porpino, analista da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa e líder do projeto nos Diálogos Setoriais.
#SemDesperdício
Outra frente de atuação da Embrapa no combate ao desperdício de alimentos é a campanha #SemDesperdício, lançada pela Embrapa, WWF-Brasil e FAO, no final de 2016. Assim como a semana nacional de conscientização, o objetivo da campanha é aproximar o tema desperdício de alimentos do dia a dia dos brasileiros, buscando gerar um impacto positivo nos hábitos de consumo alimentar e comportamentos. Conheça a campanha acessando www.semdesperdicio.org e os resultados do primeiro ano da parceria acessando aqui.
Comitê Técnico de Perdas e Desperdício de Alimentos
A Embrapa é parte integrante do Comitê Técnico de Perdas e Desperdício de Alimentos, criado no âmbito da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Social. O Comitê é responsável pela implementação da estratégia intersetorial para a redução de perdas e desperdício de alimentos no Brasil. Várias instituições participaram da elaboração do documento, em 2017, entre elas, 11 ministérios, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além da FAO, WWF Brasil, Sesc, Save Food Brasil, entre outras. Acesse aqui e veja o documento completo.
Para Murilo Freire, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e integrante do Comitê, a capacitação e as ações de educação e conscientização sobre desperdício de alimentos são fundamentais. “Nós já realizamos ações em escolas públicas e sabemos que crianças e jovens se tornam multiplicadores de informações junto a seus familiares”, exemplifica. Na mesma direção, o pesquisador Antônio Gomes Soares, também da Embrapa Agroindústria de Alimentos e integrante do mesmo Comitê, diz que a Empresa atua ainda capacitando os produtores rurais em técnicas de manuseio pós-colheita, seleção e classificação de produtos e manejo no campo para evitar perdas durante a produção. No entanto, ele reforça a importância de cada vez mais chegarem aos produtores rurais as soluções tecnológicas que visam reduzir o desperdício de alimentos.
Confira aqui matéria completa sobre a participação da Embrapa o Comitê Técnico de Perdas e Desperdício de Alimentos.
Documento Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira
A redução de perdas e desperdícios de alimentos integra a megatendência Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas do Documento Visão 2030 lançado pela Embrapa este ano. O documento representa o planejamento estratégico da Empresa para o horizonte 2030 em consonância com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
As megatendências, no total de sete, apontam desafios para a agricultura brasileira para os próximos anos. E de acordo com o documento, a questão do desperdício de alimentos nos domicílios é um fenômeno social que somente agora começa a ser estudado e melhor compreendido. “As famílias também descartam quantidades consideráveis de alimentos devido a fatores culturais, como, por exemplo, cozinhar mais do que o necessário e apresentar grandes porções de alimentos à mesa”, diz o documento que também reconhece que o enfraquecimento do sistema público de extensão rural dificulta a transferência de tecnologia para a redução das perdas pós-colheita, bem como a insuficiência de investimentos na melhoria logística que traz consequências para o escoamento seguro da produção.
Acesse aqui e conheça as megatendências do Documento Visão 2030.
Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas
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