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Pesquisa para controle da mosca-da-carambola é financiada por Agência Internacional de Energia Atômica
Em resposta aos riscos impostos pela mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) à agricultura brasileira, principalmente na fruticultura nacional, diversos métodos de controle são utilizados para suprimir a população dessa praga. Neste sentido, a Embrapa desenvolveu um projeto inédito visando avaliar o comportamento e a sobrevivência de B. carambolae submetidos a diferentes semioquímicos para subsidiar a aplicação simultânea da técnica de aniquilação de machos (MAT), por meio da utilização do atrativo químico metil eugenol, e a Técnica do Inseto Estéril (SIT), criação e liberação em massa de insetos machos, esterilizados por radiação ionizante.
A proposta é financiada pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), visando desenvolver, com a participação de diversos países, a SIT para o controle da mosca-da-carambola. Foram destinados 30 mil euros para o projeto, previsto para o período de cinco anos, sob liderança da pesquisadora Cristiane Ramos de Jesus da Embrapa Amapá, pesquisadores parceiros da Embrapa Clima Temperado, Embrapa Semiárido, Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Entenda como será realizado o estudo Os semioquímicos alternativos, provenientes de voláteis de frutos hospedeiros e óleos vegetais da Amazônia serão utilizados para avaliação de seus efeitos na competitividade sexual (como frequência de acasalamento, desempenho e parâmetros de copulação), além da redução no tempo de resposta da atração de machos B. carambolae ao metil-eugenol. Essas informações servirão para potencializar a ação de armadilhas de detecção de monitoramento da praga (MAT) e irão subsidiar a aplicação simultânea das técnicas MAT e SIT. Os experimentos serão realizados no Prédio de Proteção de Plantas e no pomar do Campo experimental da Embrapa Amapá. |
A IAEA é uma organização intergovernamental sediada em Viena, Áustria, considerada o centro internacional de cooperação no campo nuclear, visando a promoção segura e pacífica as tecnologias nucleares. A IAEA e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) trabalham em parceria para instruir e colaborar com os países membros, a utilizarem essas tecnologias de maneira segura e apropriada.
O projeto “Efeito de semioquímicos no comportamento e sobrevivência da mosca-da-carambola e no tempo de resposta à atração ao metil-eugenol como subsídio ao manejo da praga no Brasil", é um dos componentes que contribuirá para o alcance do objetivo do IAEA/CRP, que é explorar a relação potencialmente sinérgica entre o MAT e o SIT quando aplicado simultaneamente para melhorar a eficácia do manejo de Bactrocera, além de avaliar os semioquímicos utilizados.
Cristiane Ramos de Jesus, líder do projeto, destacou que o “êxito da proposta garantirá outra alternativa para o controle da mosca-da-carambola, podendo ser aplicada como parte do manejo integrado de pragas em países da América do Sul afetados por B. carambolae”. Ao investigar as respostas comportamentais de machos, o uso de metil eugenol e outros semioquímicos, serão obtidas relevantes evidências científicas de que a aplicação simultânea de SIT e MAT podem ser efetivamente utilizadas para suprimir ou até mesmo erradicar a mosca-da-carambola na América do Sul. “Serão novas ferramentas para o controle da praga, além do ganho na ampliação de network com especialistas em Bactrocera de outros países”, complementou a pesquisadora.
Mosca-da-carambola no Brasil
A mosca-da-carambola é uma praga quarentenária com presença restrita aos estados do Amapá, Pará e Roraima, sob controle oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Causa danos não apenas na caramboleira, mas também na goiabeira, aceroleira, mangueira, jambeiro, entre outros de uma lista de 21 hospedeiros no Amapá. Originária do sudeste asiático, é considerada espécie invasora no Brasil, Suriname, República da Guiana e Guiana Francesa. No Brasil, foi registrada em 1996 em Oiapoque, município do extremo norte do Amapá. Os estudos liderados pela Embrapa Amapá atendem demandas do Programa Nacional de Erradicação da Mosca-da-Carambola (PNEMC), coordenado pelo Ministério da Agricultura com o objetivo de promover pesquisa para segurança biológica e defesa zoofitossanitária da agropecuária e produção florestal brasileira.
Aline Furtado (Conrerp/DF: 1575)
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