Cerca de 40 profissionais ligados à cadeia produtiva do amendoim participaram de um dia de campo sobre Prática de Produção Integrada de Amendoim na região da Alta Mogiana Paulista, nos municípios de Jaboticabal e Dumont, no último dia 28 de março. O evento foi uma ação complementar do curso de capacitação de responsáveis técnicos e auditores nas normas de produção integrada de amendoim, promovido à distância pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Coordenadoria de Educação Aberta e à Distância (CEAD), em parceria com a Embrapa. “A capacitação desses profissionais é um dos primeiros passos para a obtenção da certificação Produção Integrada (PI-Brasil) na cultura, objetivando diferenciação do produto nos diferentes mercados devido a sua maior qualidade obtida a partir de boas agrícolas e de beneficiamento. O curso é oferecido em plataforma online e contou com uma atividade presencial que foi esse dia de campo”, conta o pesquisador da Embrapa Augusto Costa, um dos colaboradores do curso. A produção integrada tem como pilares a rastreabilidade, uso racional de defensivos e segurança alimentar. “A adesão da PI-Brasil pode contribuir para uma maior competitividade do produto brasileiro no mercado externo. Essa capacitação é uma das ações de fomento a PI-Brasil para a cultura do amendoim, atrelada ao portfólio de alimentos seguros da Embrapa por meio de uma iniciativa do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento”, afirma Dartanhã Soares, pesquisador da Embrapa que também colabora com a capacitação. A programação do evento contou com simulações de auditoria em práticas agrícolas e visita a área demonstrativa de PI-amendoim na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal - UNESP/ FCAV e simulações de auditorias nos processos de pós-colheita e beneficiamento na empresa Terranuts Agroindustrial. A Terranuts foi criada em 2015 com o objetivo de fomentar parcerias agroindustriais em amendoim e nuts para atender à indústria de alimentos. Até final de 2014 era uma filial da Santa Helena, maior indústria de produtos à base de amendoim do Brasil. Para o consultor agropecuário Paulo Henn a aula prática foi bastante proveitosa. “Na estação experimental da Unesp tínhamos variedades de diferentes ciclos, precoce, média e tardia e também uma avaliação sobre o uso de sementes certificadas e de grãos salvos. Na área industrial na Terranuts, eles trabalham com foco na qualidade e em controles rígidos de avaliação dos lotes, desde a sua chegada até o embarque, pois tem seu braço na indústria de alimentos, a Santa Helena e também na exportação de grãos confeitaria”, relata. Já o agrônomo Marcelo Borghezan atua na área de fruticultura e aproveitou o curso para se atualizar sobre a cultura do amendoim. “O processo de simulação de uma auditoria, contando com a participação de uma produtora, do responsável técnico e de um auditor foi de grande contribuição para o entendimento dos procedimentos e atitudes a serem realizadas. Além disso, possibilitou melhorar nossa compreensão sobre as responsabilidades e ações de atendimento as não conformidades que podem ser identificadas em uma propriedade que deseja a certificação. A visita à área didática foi valiosa por possibilitar, mesmo que em escala demonstrativa, a cultura no campo. A visita à unidade de processamento de uma agroindústria foi de grande importância para conhecer os procedimentos e estratégias em nível pós-colheita”, avalia. “Para a nossa empresa, foi uma honra sediar o evento que representa um grande avanço para nosso segmento através da PI e contribui com a união do mesmo, favorecendo a cultura do amendoim brasileiro e consequentemente beneficiando de forma significativa, todas as empresas do segmento”, declarou o coordenador de Qualidade da Terranuts, Alex Bustos. O dia de campo foi uma realização da Embrapa Algodão, Embrapa Meio Ambiente, Terranuts Agroindustrial S. A. (Grupo Santa Helena), FCAV/UNESP, Coplana, CAP Jr Consultoria, Fazenda São João e Instituto Certifica.