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Agentes dominicanos conhecem pesquisas com causador do anel-vermelho do coqueiro
Uma comitiva com agentes do Ministério da Agricultura da República Dominicana visitou o Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) nos dias 6 e 7 de junho para aprofundar conhecimentos sobre o nematoide causador do anel-vermelho do coqueiro.
A ação integrou a programação da visita técnica da comitiva ao Brasil, articulada pela Embrapa Semiárido (Petrolina, PE), com foco na ampliação do conhecimento sobre o agente causador da doença e os métodos de identificação. Um dos principais objetivos é garantir um processo de importação de mudas livres do nematoide pela República Dominicana.
Com a coordenação do pesquisador José Mauro Castro, especialista em nematologia da Embrapa Semiárido, os visitantes dominicanos, tendo à frente o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério, Porfirio Fernández, e a subdiretora de Quarentena Vegetal Clara Coronado, visitaram áreas de plantio irrigado de coco em Petrolina antes de seguirem para Conde, BA, onde fizeram coleta de material para análise no laboratório da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
No laboratório, os visitantes acompanharam de perto o processo de extração do nematoide a partir de tecidos (raízes e estipe do coqueiro) e análise microscópica. Nesse procedimento, as amostras de estipe e de raízes são colocadas em recipientes com água, e entre 12 e 24 horas depois é feito o peneiramento do material para visualização microscópica.
Na Unidade, os visitantes, que foram acompanhados também pelo consultor técnico na cultura do coqueiro Luiz Mirizola, tiveram apoio do Setor de Gestão dos Laboratórios (SGL), por meio da supervisora Tânia Dantas e dos analistas Ricardo Coelho e Francisco Santos, além da pesquisadora Viviane Talamini, especialista em fitopatologia com foco em doenças do coqueiro.
Doença
O anel vermelho é uma que causa sérios danos à produção de coqueiro em todo o país, atacando ainda várias palmeiras de importância econômica, entre elas o dendê. O principal agente de transmissão da doença é a broca-do-olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum), que transmite o agente causador, o nematoide Bursaphelenchus cocophilus, que até recentemente era denominado Rhadinaphelenchus cocophilus.
O nome da doença se deve à aparência de um dos principais sintomas, uma faixa avermelhada de 2 a 4 cm de largura na parte interna do estipe (nome dado ao tronco) do coqueiro. Esse sintoma, no entanto, varia de acordo com a idade da planta, variedade e condições do plantio.
Externamente, as folhas murcham, tornando-se amarelo-ouro. Geralmente, essas folhas quebram, permanecendo por alguns dias somente com um tufo central de 4 ou 5 folhas verdes. Em alguns casos, ocorre a queda de frutos, porém as inflorescências permanecem normais.
As primeiras epidemias começaram a surgir no começo do século XX, em Trinidade, Jamaica, Honduras, Cuba e Porto Rico. Mas somente em 1919 foi determinado que o agente causal do anel-vermelho era um nematoide. No Brasil, a doença foi constatada pela primeira vez em 1954, no estado do Rio de Janeiro.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
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