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Embrapa coleta mangabas na capital sergipana para conservação genética
Garantir e conservar a variabilidade e as qualidades genéticas de mangabeiras nativas presentes na reserva ecológica do Bairro 17 de Março, em Aracaju, onde será implantado pela Prefeitura um conjunto de moradias populares, o que demandará a remoção de mais de 270 plantas na área.
Esse foi o objetivo da coleta de mangabas realizada pela equipe da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) na segunda (17), com apoio da Associação de Catadoras e Catadores de Mangaba Padre Luiz Lemper, que congrega 49 famílias extrativistas, com quase 250 pessoas, que há quase quatro décadas colhem mangabas no local.
A analista Raquel Fernandes, responsável por estudos e mapeamentos sobre a fruta em Sergipe, e o pesquisador Fábio Torresan, especialista em ecologia, acompanharam a coleta dos frutos, em companhia do presidente da Associação, o missionário Uilson da Silva, e da catadora Rozenaide Sá, conhecida como Dona Zenaide, e familiares.
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Para garantir uma alta representatividade das características das mangabeiras da área, foram colhidos frutos de sete das onze parcelas em que a área da reserva, com mais de 11 hectares, é dividida entre as famílias associadas para organização da atividade extrativista.
O extrativismo da mangaba é um componente fundamental do sustento econômico das famílias catadoras, além de sua herança social e cultural. De acordo com Sá, a produção total de frutos na área em 2021 atingiu 1,5 tonelada.
Banco genético
Os frutos coletados serão levados para a Embrapa para que as equipes técnicas e científicas possam caracterizar a variabilidade genética, catalogar, produzir mudas de mangabeiras e introduzi-las no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de mangaba mantido pela Unidade da Embrapa no Campo Experimental de Itaporanga d’Ajuda – um banco de conservação dos recursos genéticos da fruteira, reconhecida oficialmente como Árvore Símbolo de Sergipe.
Raquel destacou que esta será a primeira introdução de mudas originadas dessa área em Aracaju no BAG da Mangaba.
Uma das principais linhas de pesquisa da Embrapa Tabuleiros Costeiros é a conservação da biodiversidade e dos recursos genéticos de espécies de interesse econômico e social para as regiões costeiras do Nordeste.
Diferentes metodologias de conservação de espécies nativas e exóticas são utilizadas, entre elas a ex situ, que consiste na conservação dos componentes da biodiversidade fora dos seus habitats naturais, plantados em campo, nos Bancos Ativos de Germoplasma.
Essa ação tem grande importância estratégica, pois permite que materiais genéticos de interesse, vulneráveis ou extintos em suas regiões de origem, possam ser guardados com segurança para multiplicação e reposição futura ou imediata. Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
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