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Tecnologia para recuperação de pastagens dispensa adubação nitrogenada
Foto: Juliana Sussai
Sustentável, a leguminosa Guandu BRS Mandarim apresenta bons resultados para recuperar áreas degradadas quando consorciada com braquiária
Guandu BRS Mandarim é sustentável, fornecendo 200 kg/ha de N à pastagem, e com custo acessível para o produtor
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) quer recuperar até 40 milhões de hectares de áreas de pastagens e, assim, aumentar a produção de alimentos para o mercado interno e externo. No país, segundo dados de 2022 do MapBiomas, as pastagens ocupam cerca de 164 milhões de hectares e grande parte apresenta algum processo de degradação. Para mudar esse cenário é preciso investir em tecnologias.
Muitas soluções, simples de serem implementadas e com custo acessível, estão à disposição do pecuarista para melhorar a produtividade do pasto. Uma das tecnologias já é comercializada há alguns anos. Sustentável, a leguminosa Guandu BRS Mandarim, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), apresenta bons resultados para recuperar áreas degradadas quando consorciada com braquiária.
A planta possui alto potencial para adubação verde, melhorando a fertilidade do solo e a qualidade do pasto. Ainda, serve de alimento para os animais quando a pastagem é escassa. É um material de bom valor nutritivo, alto teor de proteína e com custo relativamente baixo. “O guandu BRS Mandarim é uma tecnologia sustentável para a recuperação de pastagens degradadas. Seu uso dispensa a adubação nitrogenada para recuperar o pasto, uma vez que o resíduo proveniente da sua roçada funciona como adubo verde, disponibilizando nitrogênio no sistema”, explica a engenheira agrônoma Lívia Mendes de Castro, da Embrapa Pecuária Sudeste. O material roçado tem a capacidade de agregar mais de 200 kg/ha de nitrogênio (N) na pastagem.
O cultivo da forrageira deve ser realizado na estação chuvosa. O manejo é simples. O produtor deve fazer uma roçada anual para manejar a leguminosa.
Em experimentos realizados na Embrapa Pecuária Sudeste, novilhas mantidas em pastagem consorciada com Guandu BRS Mandarim ganharam 450 gramas de peso vivo ao dia, enquanto bovinos em área degradada ganharam por volta de 250 gramas por dia. Os animais que permaneceram na integração com guandu não foram suplementados. No pasto degradado foi utilizada suplementação mineral proteinada, a um custo adicional e desempenho inferior. Além disso, ocorreu aumento da lotação animal no consórcio com guandu, onde foi possível manter até 3,5 novilhas por hectare. Na pastagem degradada, de 1,5 a duas novilhas por hectare.
A tecnologia contribui com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com a meta 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável. A solução colabora para a sustentabilidade dos sistemas de produção e com a melhoria da qualidade dos produtos, o que beneficia tanto os produtores quanto o sistema de produção pecuário.
Veja aqui onde podem ser encontradas as sementes.
Gisele Rosso (MTE 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste
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