A Embrapa Tabuleiros Costeiros, em parceria com a Cooperativa Agropecuária do Litoral Norte da Bahia (Coopealnor), realizou, na terça (31 de outubro), em Esplanada (BA), o dia de campo ‘Combinações de copa / porta-enxertos de citros para cultivo orgânico de laranjeiras doces no Litoral Norte da Bahia’. O evento reuniu 30 participantes no experimento instalado na área da agricultora Alessandra de Oliveira. Agricultores e técnicos da região puderam acompanhar de perto o desenvolvimento no campo de 16 combinações, constituídas por quatro copas de laranjeira-doce (‘Pera D-6’, ‘Westin’, ‘Kona’ e ‘Pineapple’) e quatro porta-enxertos (limoeiro ‘Cravo’, tangerineira ‘Sunki Tropical’ e os citrandarins ‘Indio’ e ‘San Diego’). Com foco no aumento da produtividade dos pomares do polo citrícola dos Tabuleiros Costeiros do Litoral Norte da Bahia e Sul de Sergipe, a diversificação dos pomares tem sido um dos principais objetos das pesquisas com citros desenvolvidas na Embrapa Tabuleiros Costeiros. Nesse polo, os pomares são formados majoritariamente pela combinação da laranjeira-doce ‘Pera’ enxertada no limoeiro ‘Cravo’, altamente suscetível a doenças importantes na região, como a Gomose associada a infecção por Phytophthora spp., o Declínio e Morte Súbita dos Citros, além de pragas como a Mosca-Negra-dos-Citros. Com o objetivo de favorecer o aumento da produtividade dos pomares cítricos dessa área, a Unidade da Embrapa, em parceria com a Coopealnor, coordena o projeto ‘Soluções tecnológicas para o incremento da produtividade de pomares orgânicos de laranja-doce na cooperativa Coopealnor’, denominado ‘Organocitros’. Desde 2019, estão sendo conduzidos dois experimentos em áreas de agricultores familiares para a realização de pesquisas que visam à recomendação de novas combinações de copa com porta-enxertos para cultivo orgânico de laranjeira na região. Um desses experimentos está instalado na área da agricultora Alessandra. No dia de campo, foram abordados pelos pesquisadores Luciana Carvalho, Lafayette Sobral e Antônio Alberto Oliveira, com o apoio do analista Eduardo Oliveira, aspectos como desempenho produtivo dessas combinações, qualidade pós-colheita dos frutos obtidos, práticas de cultivo e manejo, a exemplo da importância das análises foliar e de solo, prevenção e controle de doenças, particularmento da Gomose dos citros. “Resultados preliminares, de apenas um ano de produção, demonstraram o alto potencial produtivo e qualidade dos frutos da copa ‘Pinneaple’, quando comparada com as outras variedades copa do pomar”, destaca Luciana. Lafayette destacou necessidade de adubação, com base em análises de solo e folha, demonstrou como fazer as coletas de solo e folha, ressaltando a necessidade da amostragem de solo ser feita no local da adubação, com coleta de quatro subamostras por planta, obtidas nos quatros pontos cardeais, e da amostragem de folhas ser também nos quatro pontos cardeais da planta com base na remoção da terceira ou quarta folhas de ramos com frutos de aproximadamente 4 centímetros de diâmetro, da mesma brotação. Antônio Alberto explica que a Gomose dos citros é causada por um fungo de solo, que penetra na planta por meio de ferimentos nas raízes e parte inferior do caule, que podem ser causados por ferramentas e implementos utilizados na remoção de brotos ‘ladrão’, capina e limpeza da área, e até mesmo no ponto da enxertia, se a muda for plantada em covas mais profundas. Dessa forma, ele orientou os agricultores e técnicos a evitarem esses ferimentos e a aplicarem, quando ocorrerem, sulfato de cobre para evitar a entrada do fungo causador da Gomose. O evento foi encerrado pela agricultora Alessandra, que agradeceu a Embrapa pela oportunidade da parceria, bem como, a todos os presentes.