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Macrologística Agropecuária da Embrapa aumenta sua base de dados
O Sistema de Inteligência Territorial da Macrologística Agropecuária expandiu a sua base de dados. A ferramenta estendeu ao ano de 1990 as consultas em sua linha do tempo e ampliou o seu potencial de geração de mapas para mais de 500 mil, a partir das diversas pesquisas e cruzamentos da produção, escoamento e armazenamento das 10 principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. A evolução da tecnologia desenvolvida pela Embrapa Territorial foi apresentada durante o 28º Congresso e ExpoFenabrave, evento voltado para o segmento de distribuição de veículos, realizado nos dias 7 e 8 de agosto, em São Paulo, SP.
As funcionalidades da plataforma atraíram empresários do segmento, que lotaram os mais de 300 lugares do auditório onde foi realizado o evento da Embrapa, dentro do Congresso.
Um dos participantes era Ruiten Rezende, diretor da Rezende de Roraima e Amazonas, empresa que trabalha no segmento de automóveis, caminhões e ônibus. O empresário interessou-se pelo estudo de fretes gerados pela agropecuária, presente no sistema. Segundo ele, o atual cenário de tabelamento de fretes influencia a aquisição de caminhões pelos produtores. “Vamos utilizar esse estudo feito pela Embrapa para determinar o nicho de trabalho do nosso pessoal”, disse.
Logística agropecuária
O Sistema da Macrologística agropecuária foi uma demanda do Ministério da Agricultura à Embrapa. A tecnologia foi estruturada, validada e aperfeiçoada nos últimos dois anos após a análise de diversos órgãos governamentais, associações e demais parceiros envolvidos.
Atores do agronegócio recordam a dificuldade de encontrar informações sobre a logística agropecuária antes da elaboração da plataforma. Renato Pavan, presidente da Pavan Engenharia e da Embrasilos, lembrou que, anteriormente, as informações da logística agropecuária disponíveis eram díspares. “Os dados das organizações diferiam”, recorda. Para Evaristo de Miranda, chefe geral da Embrapa Territorial, “É paradoxal que a agricultura (brasileira) não tivesse um sistema de logística adequada”.
Celso Moretti, diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, afirma que a plataforma possibilita o planejamento e a visão da agropecuária brasileira. Além das 10 cadeias produtivas, já presentes na plataforma, Moretti acredita que futuramente a tecnologia poderá disponibilizar estudos da logística de outros produtos, como os fertilizantes.
O sistema visa revelar a dinâmica territorial das cadeias produtivas. “Devido a essa complexidade, ele nunca ficará pronto. Será constantemente atualizado em suas funcionalidades, estudos e séries temporais”, disse Evaristo.
Conheça a tecnologia aqui.
Dinâmica territorial
Gustavo Spadotti, analista da Embrapa Territorial e um dos coordenadores do Sistema da Macrologística, ressalta que a agricultura está sempre explorando novas fronteiras agrícolas. “A logística precisa acompanhar a evolução territorial da produção agropecuária brasileira de forma a atender as novas zonas de produção de grãos, proteínas, fibras e energia”. O sistema e seus resultados permitiram elencar ao governo federal obras prioritárias para sanar os gargalos atuais e futuros.
Modais
Outro ponto debatido no evento da Embrapa foram os modais. Renato Pavan coloca que, hoje, o produtor perde as margens de lucro de sua colheita quando ela sai da fazenda. “Isso ocorre devido à precariedade da armazenagem e logística de alto custo comparado aos concorrentes”, explica. Ele acredita que faltam ferrovias e hidrovias e que as rodovias estão saturadas.
Resiliência
Evaristo abordou sobre a análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), estudo que revelou a contribuição do mundo rural na preservação da vegetação nativa. Os dados revelam que metade do Brasil está dedicada às áreas protegidas, formadas pelas Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, e áreas preservadas.
Equilíbrio entre os modais
O secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, chamou a atenção para a necessidade de mudanças para equilíbrio na participação dos diversos modais de transporte na logística brasileira. Hoje, as rodovias respondem por 65%. Meirelles, no entanto, ressalvou: “Não significa usar menos caminhão; significa usar racionalmente”.
Planejamento foi o principal ponto defendido pelo secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, Adalberto Vasconcelos. Na avaliação dele, a falta de infraestrutura compromete vários segmentos da economia brasileira, do turismo ao agronegócio. Para o presidente da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Mapa, Edeon Vaz, a questão da infraestrutura precisa ser tratada como política de Estado e não de governo.
Alan Rodrigues (MTb JP/CE 2625)
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