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27/11/23 |   Estudos socioeconômicos e ambientais  Transferência de Tecnologia  Gestão ambiental e territorial

Livro aborda técnicas de serviços ambientais e ecossistêmicos na Amazônia

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Foto: Divulgação.

Divulgação. -

Neste mês de novembro a Embrapa publicou um livro que mostra ao leitor como as técnicas conhecidas por serviços ambientais e serviços ecossistêmicos podem contribuir, sobremaneira, para a redução dos impactos negativos no meio rural e, assim, tornar as propriedades sustentáveis.

Particularmente, o bioma Amazônia é o foco central da obra que tem como título "Serviços Ecossistêmicos e Serviços Ambientais de solo, água e carbono – Amazônia". Os editores técnicos são os pesquisadores da Embrapa Territorial (Campinas, SP): Sérgio Gomes Tôsto e da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP): Lauro Charlet Pereira e Marco Antonio Ferreira Gomes, além do diretor de Desenvolvimento Sustentável de Alta Floresta (MT), o biólogo José Alesando Rodrigues, também coordenador executivo do Projeto Olhos D’Água da Amazônia.

Para a realização deste trabalho, os editores, bem como a Embrapa, por meio de pesquisadores de diversas Unidades, contaram com a colaboração de vários profissionais de diferentes áreas de formação e de outras instituições, evidenciando o caráter multidisciplinar do assunto abordado.

Como autores dos 13 capítulos do livro de 267 páginas, além dos próprios editores técnicos, há também outros pesquisadores da Embrapa Territorial: Angelo Mansur Mendes, Carlos Fernando Quartaroli, Cristiaini Kano, Lauro Rodrigues Nogueira Júnior, Renan Ricardo Silva e Sérgio Galdino; e da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop, MT): Cornélio Alberto Zolin, além de diversos profissionais de empresas, instituições de pesquisa e universidades brasileiras, totalizando 34 autores.

Seminário de Integração

A publicação, segundos os editores técnicos, é resultado do Seminário de Integração dos Temas Solo, Água e Carbono na Bacia Hidrográfica Mariana I e II, realizado em Alta Floresta, MT, de 4 a 6 de julho de 2019. “O seminário, coordenado pela Embrapa Territorial e pela Embrapa Meio Ambiente, teve como objetivo conhecer, avaliar e discutir pesquisas em execução na bacia hidrográfica e na região, visando à integração com as atividades do projeto Aseam, especialmente quanto às estimativas e à valoração dos serviços ecossistêmicos”, informa o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Marco Antonio Ferreira Gomes.

Ele conta que participaram do seminário 32 pessoas vinculadas a diferentes instituições, como Comitê de Bacias Hidrográficas do Baixo Teles Pires, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Territorial, Instituto Centro de Vida, Prefeitura Municipal de Alta Floresta (MT), Projeto Olhos d’Água da Amazônia, Universidade do Estado de Mato Grosso e Universidade Integrada Vale do Taquari.

“Como estratégia do seminário, foram definidos três grupos de trabalho correspondentes aos compartimentos solo, água e carbono. Os resultados e os encaminhamentos do referido evento contribuíram para a estruturação e elaboração dos 13 capítulos que compõem o livro, com abordagens que se estendem a outras bacias da região amazônica”, salienta Gomes.

De acordo com o pesquisador Lauro Charlet Pereira, “a publicação contempla os resultados de esforços conjugados de uma equipe multi-institucional e interdisciplinar com foco principal nos serviços ambientais e ecossistêmicos no contexto da agricultura familiar em bacias e sub-bacias hidrográficas da região amazônica”.

Com uma linguagem técnica, mas com enfoque de caráter prático, a obra é direcionada a técnicos do setor agropecuário, pesquisadores, professores, extensionistas rurais e estudantes de ensino superior, que atuam ou têm interesse na área ambiental e na interface das relações entre agricultura e meio ambiente.

“Diante do exposto, a expectativa é que este livro alcance as necessidades do leitor, em especial daqueles que têm interesse por serviços ambientais e ecossistêmicos da Amazônia e suas aplicações em pequenas propriedades rurais”, enfatiza Pereira.

Solo, água e carbono

Os compartimentos solo, água e carbono são de vital importância para a sustentabilidade dos agroecossistemas, motivo pelo qual é relevante a adoção de processos e técnicas de avaliação como meio de compreensão e de contribuição para o equilíbrio deles no ambiente. Tais processos são fundamentais, principalmente para os pequenos agricultores e proprietários rurais em condições de vulnerabilidade, uma vez que suas propriedades estão frequentemente expostas à degradação e a impactos negativos.

Dessa forma, é de suma importância a edição deste livro, que traz uma abordagem objetiva sobre o assunto, com ênfase em alguns aspectos relacionados ao uso e manejo adequado dos recursos solo, carbono e água, com valoração ambiental, por meio do software InVEST e estudo de caso. Esses procedimentos, de acordo com os autores, são usados com o intuito de buscar a sustentabilidade do meio rural, particularmente para as áreas de assentamentos e de comunidades mais carentes.

O livro está disponível para download gratuito neste link.

Amazônia

No cenário mundial, a Amazônia Brasileira é notadamente a Floresta Tropical de maior expressão geográfica. Sozinha, ela corresponde a quase 70% da Amazônia Continental, da qual participam Bolívia, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela e Guianas. No Brasil, a região amazônica abrange uma extensa área de cerca de 5 milhões de km² (aproximadamente 11 vezes a superfície dos estados de São Paulo e Paraná juntos), o que corresponde a cerca de 60% do território nacional.

A Amazônia Brasileira está situada precisamente dentro da faixa ecológica onde as atividades biológicas são mais intensas e, também, onde a produtividade primária dos ecossistemas alcança seus valores mais elevados. Isso ocorre em função dos fatores que favorecem a fotossíntese e que são abundantes nessa região: radiação solar e água.

Essa região caracteriza-se, por um lado, pela imensa gama de variações climáticas, geológicas, geomorfológicas e edáficas e, de outro, pela exuberância diversificada de flora e fauna. Ela está incluída na região tropical úmida, onde a necessidade de expansão de áreas para reduzir a pressão populacional está em conflito direto com a necessidade de preservar os ecossistemas.

Foto: Freepik.

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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