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19/04/16 |   Florestas e silvicultura

Produtividade de seringais em Goiás é maior que a média mundial

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Foto: Ailton Pereira

Ailton Pereira -
Diagnóstico realizado pela Embrapa mostra que a produtividade dos plantios de seringueira em Goiás está acima da média nacional e pode chegar ao dobro da média mundial. Enquanto a produtividade média no mundo é de aproximadamente uma tonelada de borracha seca por hectare, a brasileira é de 1,26 t/ha, e no Estado de Goiás a média é de 1,53 t/ha. 
 
Já em fazendas com alto nível tecnológico no mesmo estado, acompanhadas pela pesquisa, a produtividade atinge de 2,0 a 2,5 t/ha. "Fatores como condições ambientais favoráveis, alto nível de tecnificação e gestão são responsáveis por esse sucesso", afirma o pesquisador Ailton Vítor Pereira, da Embrapa Produtos e Mercado, responsável pelo diagnóstico. "O uso de clones, mudas de qualidade e técnicas de manejo adequadas são essenciais para estes resultados", completa. De acordo com a Associação dos Produtores de Borracha Natural de Goiás e Tocantins (APROB-GO/TO), o sucesso dessas áreas tem chamado a atenção de produtores de outras regiões do País.
 
A heveicultura, como é conhecida a atividade, começou a ser desenvolvida em Goiás em 1975. Atualmente, o estado conta com cerca de 18 mil hectares cultivados com seringueira, em 68 municípios, especialmente nas regiões de Barro Alto, Goianésia e Vila Propício. Em 2013, a produção de mudas foi estimada em 1.970.000 unidades em 24 viveiros, representando um segmento importante na cadeia produtiva da borracha natural sob os aspectos técnico, econômico e social. "A maioria dos seringais implantados ainda se encontra em fase de crescimento e formação, o que significa que, continuando com práticas de manejo adequadas, o estado tem condições de cada vez mais despontar no cenário nacional", completa Pereira.
 
Capacitação para o manejo é fundamental
 
A produção de látex de uma árvore depende do clone, das condições ambientais, do manejo adotado e também do nível de treinamento do operário que realiza a sangria. Por isso, com base no desenvolvimento e produção dos seringais já implantados, é possível afirmar que a maioria das regiões goianas possui condições favoráveis à expansão do cultivo da seringueira com alta produtividade. 
 
Até a década de 1980, os plantios de seringueira no Brasil se concentravam em regiões com clima quente e úmido da Amazônia e do sul da Bahia. Entretanto, enfrentaram o problema de doenças foliares, principalmente o mal-das-folhas, levando a maioria dos seringais ao fracasso nessas regiões. A partir dessa época, a cultura se expandiu nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que possuem período seco definido, o que evita o mal-das-folhas. 
 
Toda a borracha produzida no Brasil destina-se ao mercado interno, e a produção goiana é absorvida por usinas de beneficiamento localizadas nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Bahia.
 
Ainda existem algumas demandas para serem sanadas pelo setor, conforme levantamento publicado no "Diagnóstico do Setor de Florestas Plantadas no Estado de Goiás", conduzido pela Embrapa e que pode ser baixado gratuitamente na internet. 
 
"O diagnóstico levantou que o Estado de Goiás tem  enorme potencial de expansão do setor de florestas plantadas, e a seringueira certamente terá destaque neste cenário", acredita Cristiane Fioravante Reis, pesquisadora da Embrapa Florestas (PR). "No entanto", segundo ela, "o capítulo do livro direcionado à heveicultura descreve alguns gargalos a serem superados no estado". Um deles é a necessidade de revisão do zoneamento edafoclimático para a cultura, fundamental para a concessão de financiamento e seguro agrícola aos projetos. Os especialistas também julgam necessária revisão da instrução normativa sobre padrões para produção e comercialização de sementes e mudas de seringueira e recomendam pesquisa científica para seleção de novos clones que garantam a competitividade da heveicultura goiana. Ainda há necessidade de licenciamento de agrotóxicos para a cultura; política econômica para estimular e dar mais segurança e estabilidade à cadeia produtiva no estado; e, por fim, uma política fiscal que incentive a implantação de indústrias de beneficiamento de borracha natural em Goiás e desonere o setor de alguns encargos.
 
 
 

Katia Pichelli (3594/PR)
Embrapa Florestas

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