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23/06/17 |   Produção animal  Produção vegetal  Convivência com a Seca

Dia de Campo apresenta experiências de produção de alimentos para animais no semiárido

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Foto: Adilson Nóbrega

Adilson Nóbrega - Pesquisador Fernando Guedes (esquerda) apresenta resultados de experimentos com culturas anuais

Pesquisador Fernando Guedes (esquerda) apresenta resultados de experimentos com culturas anuais

Um público total de 110 pessoas, entre produtores rurais, técnicos, estudantes e profissionais de Ciências Agrárias conheceu, nesta sexta-feira (23), experiências de produção e conservação de alimentos para animais no semiárido, no Dia de Campo sobre Segurança Alimentar para Rebanhos, promovido pela Embrapa Caprinos e Ovinos em Sobral (CE). O Dia de Campo marcou o encerramento da Semana de Segurança Alimentar Animal, promovida pela empresa entre 20 e 23 de junho.

Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer experimentos da Embrapa como o consórcio de milho e capim para o semiárido, além de informações sobre produção de silagem e pesquisas com melhoramento de plantas forrageiras. O destaque ficou para os resultados obtidos com espécies vegetais mais resistentes às condições ambientais de semiárido testadas, como as variedades de gramíneas (Uruchloa, Panicum e Andropogon), leguminosas (feijão guandu) e cultivares anuais (milho, milheto, sorgo e girassol).

Diversos participantes viram pela primeira vez essas possibilidades de consórcio e técnicas para reserva de alimentos para o período seco. “Eu não conhecia esse plantio de milho juntamente com o capim. Achei interessante ver isso e mais ainda as dicas para fazer silagem”, afirmou José Edmar, agricultor de Irauçuba (CE). “Foi muito bom conhecer essa estrutura e também ver experiências que podem fazer a gente não ter tantas perdas na lavoura”, destacou Francisco Ednaldo, criador de Forquilha (CE).

Alguns participantes com vivência em extensão rural aprovaram a apresentação de tecnologias e práticas para a reserva de alimentos no formato do Dia de Campo. “É uma metodologia que deve se disseminar, ser organizada também por prefeituras e secretarias. O produto rural é muito curioso por novidade, fica muito atento a detalhes como as culturas adequadas para silagem, o tempo indicado para a colheita”, observou a estudante de Zootecnia Karina Lima, que também atua junto a agricultores em sua cidade, Cariré (CE).

Resultados de pesquisas

O Dia de Campo apresentou resultados e dados de experimentos da Embrapa que integram as áreas de pesquisa de Melhoramento Vegetal, Forragicultura e Nutrição Animal. Nas estações, foram apresentados resultados obtidos a partir de variedades de milho (BRS Gorutuba), sorgo (BRS Ponta Negra) e milheto (BRS 1503), quanto à produtividade dessas culturas para alimentação dos rebanhos.
 
“Os melhores resultados em 2015, um ano de chuvas abaixo da média histórica, foram com o sorgo e o milheto. Mas em 2017, onde verificamos melhores chuvas aqui em Sobral, o milho teve uma produtividade boa. Portanto, é importante que o produtor fique atento às previsões de inverno para decidir. Em anos com previsões de boas chuvas, vale apostar em uma cultura mais produtiva nessa condição, como o milho”, exemplificou Fernando Guedes, pesquisador da área de Melhoramento Vegetal da Embrapa Caprinos e Ovinos.
 
Os pesquisadores Roberto Pompeu, da área de Forragicultura, e Luice Bueno, de Melhoramento Vegetal da Embrapa Caprinos e Ovinos, enfatizaram o desafio de manter uma oferta regular de alimento de qualidade ao rebanho durante todo o ano, seja por cultivares mais resistentes ao semiárido, pela conservação de forragens ou por estratégias adequadas de suplementação alimentar. “É interessante buscarmos uma diversidade genética, testando novas cultivares para um uso efetivo”, afirmou Luice. “A sazonalidade na oferta de alimento é um entrave. Buscamos alternativas, como terminação em confinamento, o uso do concentrado em época seca e formas de conservação de forragem como a silagem”, complementou Roberto.

Outro aspecto destacado foi o potencial de consorciar variedades de milho com capim no semiárido. “Mesmo que o produtor não crie animais, o capim pode ser útil para a cobertura do solo. O consórcio traz benefícios como eficiência do uso da terra, aumento da produtividade e a conservação dos solos. É preciso priorizar a conservação, porque ações de recuperação de áreas têm custo maior”, ressaltou o pesquisador Henrique Antunes, da Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI).

O Dia de Campo também apresentou informações sobre planejamento nutricional e custos de produção com simulações de sistemas que usassem as variedades testadas pela Embrapa. O evento fechou a programação da Semana de Segurança Alimentar Animal, que teve também um curso sobre produção, conservação e uso de forragem na alimentação de pequenos ruminantes domésticos, nos dias 20 a 22 de junho.

Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos

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