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Embrapa participa das discussões do futuro do agronegócio e sustentabilidade em SP
O chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi integrou o painel "Sustentabilidade dá dinheiro: As oportunidades do mercado verde" no Summit Agronegócio 2017, em 27 de novembro, em São Paulo.
Na palestra, destacou as pesquisas desenvolvidas na Unidade e na Embrapa para o desenvolvimento de produtos e tecnologias ligadas à produção sustentável, como processos de ILPF e biopesticidas, bem como protocolos e ferramentas para a avaliação e métricas de sustentabilidade visando à certificação de processos produtivos, como o APOIA-Novo Rural e a RenovaCalc.
A RenovaCalc é uma ferramenta de apoio para cálculo da intensidade de carbono de biocombustíveis. Funciona semelhante à uma calculadora, onde os interessados na certificação deverão detalhar aspectos agrícolas e industriais que resultam na emissão de carbono e, assim, determinar os Créditos de Descarbonização (CBios) no RenovaBio, o programa de biocombustíveis do Governo Federal.
Morandi ainda ressaltou que o Brasil já possui 11,5 milhões de hectares com algum do tipo de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e que tem se verificado que o sistema ILPF possibilita uma resiliência ao ambiente muito maior nas áreas em que é adotado, citando a resistência das culturas a períodos de déficit hídrico.
“A busca por sustentabilidade é um imperativo mundial e o tema tem ocupado todos os atores das cadeias produtivas. Estamos na época do empreendedorismo, de iniciativas inovadoras e centenas de startups surgem no mercado todos os anos, e não é diferente no Brasil. Isso nos obriga a acompanhar esse movimento com a devida atenção, já que o dinheiro mundial está migrando cada vez mais rápido para projetos que gerem lucro e também tragam benefício social," explicou.
Os chefes adjuntos de Pesquisa e Desenvolvimento, Rodrigo Mendes e de Transferência de Tecnologia, Paula Packer, também participaram do evento.
Startups como opção para transformar mercados
Durante o painel Agrotech, Luiz Tângari, presidente da Strider, empresa que atua na área de desenvolvimento de inovações tecnológicas para o mercado agrícola, explicou que os startups são, no momento, a forma mais eficaz de transformar mercados com maior rapidez, uma vez que os produtores rurais são ótimos experimentadores, mas lembrou que só se dispõem a adotarem tecnologias quando conseguem perceber alguma utilidade prática. “Não adianta criarmos mapas coloridos se as pessoas não souberem usar corretamente os dados inseridos”.
Contudo, ele explicou que as startup não substituem as instituições de pesquisa. “Precisamos da Embrapa e demais instituições desenvolvendo ciência. São coisas muito diferentes e que não competem, cada um tem o seu papel bem definido”, disse.
O desafio do Brasil para alimentar o mundo
Aumentar em até 70% a produção agrícola até o ano de 2050, sem agredir o meio ambiente quando, segundo as estimativas da ONU, seremos 9 bilhões de pessoas no planeta. Esse é o desafio posto e que atualmente é pauta das discussões entre os especialistas do setor.
O crescimento populacional, combinado com a limitação de novas áreas agricultáveis e as dificuldades impostas pelas mudanças climáticas na maioria dos países produtores, impulsionam o Brasil para ocupar o espaço como um dos principais protagonistas para a manutenção da segurança alimentar mundial.
Conforme ressaltou o ex-ministro da agricultura e deputado federal Reinhold Stephanes (PSD), o país está preparado para responder a mais este desafio pois a história tem demonstrado que a agricultura brasileira responde bem aos desafios de crescimento de produtividade, por meio da adoção de novas tecnologias e nada indica que isso possa mudar no futuro.
Para Stephanes o produtor rural saberá como reagir e produzir, à medida que haja demanda, mercado e preço justo, pois o Brasil possui recursos naturais e tecnologias geradas por uma ciência competente.
“Se hoje o setor possui um coeficiente de crescimento da produção de 3,5% ao ano, é provável que nos próximos 10 ou 20 anos, iremos situar nossa produção agrícola próximas às taxas de demanda. Logicamente, temos ainda que conviver com várias limitações internas, como infraestrutura e logística por exemplo que, em síntese, precisam ser equacionadas dentro de uma grande estratégia nacional de desenvolvimento para o setor, para cumprir a função do Brasil como protagonista da segurança alimentar do mundo, ” concluiu ele.
Marcos Vicente (MTB 19.027/MG)
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