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Dia de Campo mostra alternativas de produção de forragem para épocas secas
Foto: Adilson Nóbrega
Participantes observaram técnicas para produção de silagem, manejo de palma forrageira e manejo da caatinga para alimentação de rebanhos
Alternativas de produção de forragem para épocas secas foram apresentadas, nesta quinta-feira (30), a um grupo de 39 pessoas (técnicos e produtores rurais) em dia de campo nos campos experimentais da Embrapa Caprinos e Ovinos em Sobral (CE). Os participantes observaram técnicas para produção de silagem, manejo de palma forrageira e manejo da caatinga para alimentação de rebanhos, além de conhecerem resultados de experimentos com variedades de plantas forrageiras adaptadas ao semiárido brasileiro.
O evento foi o segundo dia de campo realizado neste ano na Embrapa Caprinos e Ovinos sobre as alternativas de alimentação para os períodos secos. “O primeiro foi ao fim da estação chuvosa, com as culturas em campo. Este de hoje foi realizado em um período seco e considerado crítico, mas no qual, se o produtor fizer planejamento no início do ano, poderá adotar técnicas de conservação de alimentos, de enriquecimento da caatinga e ter opções para alimentação”, frisou o pesquisador Fernando Guedes, da área de Melhoramento Genético Vegetal.
Na primeira estação, foram apresentadas técnicas de produção de silagem - método de conservação de plantas forrageiras, para serem fornecidas em períodos secos - a partir do experimento conduzido pela Embrapa com silo de sorgo da variedade BRS Ponta Negra. Os analistas Éden Fernandes e José Wilson de Souza falaram sobre as práticas para silo de superfície e silo trincheira, além de destacarem a importância desta técnica para convivência com o semiárido. “Com a silagem, se conserva um alimento que também contém água, diminuindo a necessidade de consumo do animal”, destacou Éden.
Em seguida, a equipe da Embrapa apresentou técnicas para manejo da caatinga, com a pesquisadores Nilzemary Lima e resultados de experimentos com variedades de milho, milheto, sorgo e girassol, com os pesquisadores Fernando Guedes e Roberto Cláudio Pompeu. Nilzemary detalhou recomendações para o raleamento da caatinga e destacou as vantagens de plantas como gliricídea e leucena para composição de bancos de proteína na propriedade rural.
Na sequência, Fernando e Roberto mostraram resultados de experimentos para enriquecimento da caatinga, com foco na produção de volumoso, por meio do plantio de gramíneas (capins Brachiária, Andropogon, Mombaça, Buffel e Elefante) e leguminosas (leucena, gliricídea e feijão guandu). Também foram apresentados dados sobre a produtividade de variedades de sorgo, milheto, milho e girassol tolerantes às condições de semiárido. Em destaque, segundo os pesquisadores, a BRS Ponta Negra. “Em todos os experimentos, tem sido o melhor material para nossa região, em termos de teor de proteína, produtividade e tolerância à seca”, afirmou Fernando.
A última estação foi na fazenda Crioula, onde os participantes visitaram o Sistema Agrossilvipastoril e conheceram técnicas para manejo da palma forrageira, esta última em área plantada neste ano, com a pesquisadora Nilzemary Lima e o analista Lucas Oliveira. Nilzemary ressaltou a experiência de sistemas de produção agroflorestais para a conservação ambiental e para fixar o agricultor no campo, evitando a agricultura itinerante. Lucas apresentou as variedades de palma testadas - Sertânia, Miúda, Orelha de Elefante Africana e Orelha de Elefante Mexicana – destacando as duas primeiras como mais resistentes a pragas como a colchonilha e as duas últimas como de melhor produtividade.
Na avaliação de agricultores participantes, o Dia de Campo trouxe informações relevantes para as rotinas de produção. “Eu já faço raleamento e evito queimadas, há 20 anos não queimo uma folha. Mas visitar o sistema agrossilvipastoril me trouxe ainda mais conhecimento”, afirmou José Daguagi, de Pires Ferreira (CE). “Gostei muito de ver a silagem. Às vezes temos oportunidade de aproveitar os alimentos onde moramos e não fazemos isso por não conhecer a técnica”, disse Tarcisio Nascimento, agricultor de Reriutaba (CE).
Os técnicos envolvidos ressaltaram a oportunidade de observar, juntamente com agricultores a execução de práticas. “Para disseminarmos tecnologias, a absorção é bem melhor na prática”, destacou a zootecnista Raquel Carvalho, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). “Foi proveitoso ter esse contato com a realidade, com as práticas de silagem e enriquecimento”, avaliou a estudante de Zootecnia Brena Gama. “É interessante que a Embrapa mantenha sempre as portas abertas aos agricultores para esses momentos de interação”, reforçou Cássio Campelo, técnico do projeto Paulo Freire. Ao final do Dia de Campo, cada participante recebeu uma muda de gliricídea para plantio.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
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