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11/06/18 |   Manejo Integrado de Pragas

Sementes em quantidade e qualidade

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Foto: Luiz Guilherme Gomes

Luiz Guilherme Gomes - Avaliação sanitária da semente define o melhor tratamento

Avaliação sanitária da semente define o melhor tratamento

O uso de sementes de qualidade adequada é fundamental para o estabelecimento de lavouras com elevado potencial de rendimento. Contudo, as sementes podem estar infectadas com microrganismos que causam doenças nos cereais de inverno. Para evitar prejuízos, é indicado o tratamento de sementes com fungicidas que protegem a plântula da ação de agentes patogênicos, como fungos alojados no solo ou na própria semente.  

O tratamento consiste no preparo de uma calda de defensivos aplicado diretamente no lote de sementes, mistura que deve acontecer pouco antes da semeadura para evitar o risco de descarte de grãos tratados. Entre os tratamentos mais comuns, está a mistura de fungicidas e inseticidas. Para definir qual o fungicida mais adequado, a orientação é fazer a análise sanitária de uma amostra do lote de sementes em laboratório especializado. De modo geral, a escolha do produto utilizado no tratamento de sementes deve considerar aspectos como o nível de resistência da cultivar em relação à praga e doença alvos; o histórico de ocorrência dos problemas na região; e o período residual de carência que cada defensivo apresenta. 

Dependendo do produto e a relação com a praga e doença visados, o tratamento de sementes nos cereais de inverno garante proteção das plantas contra fungos e pragas de solo por até 60 dias após a semeadura, garantindo a germinação e a emergência no desenvolvimento inicial da lavoura. Com a prática é possível reduzir problemas com doenças de início de ciclo, como oídio e podridão comum, e pragas iniciais como corós, pulgões e lagartas. “O tratamento de sementes vai viabilizar a qualidade sanitária da lavoura no início do ciclo da cultura, evitando o surgimento de focos iniciais de doenças e sua distribuição pela lavoura” avalia o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, lembrando que o tratamento de sementes também deverá significar redução nas aplicações aéreas de fungicidas nas plantas em fases mais adiantadas de desenvolvimento, impactando nos custos da lavoura. Na comparação, o custo de tratamento de sementes com fungicidas representa de 20 a 35% do custo de uma aplicação aérea nos cereais de inverno (estimativa para trigo no RS, junho de 2018). 

De acordo com o pesquisador Luiz Eichelberger, geralmente o produtor compra sementes tratadas com defensivos que vêm do produtor de sementes ou cooperativa com dosagens precisas, melhor distribuição da calda e adequada mistura de produtos, além do tratamento industrial contar com um polímero que cobre a semente e protege até o plantio. Porém, muitas vezes o produtor opta por tratar as sementes direto na propriedade, prática que exige cuidados com a escolha dos produtos, doses e manipulação para assegurar a eficácia e a segurança da operação. 

Além da qualidade, a quantidade de sementes é um critério merece atenção na semeadura. A indicação do obtentor da cultivar deve ser respeitada para evitar o uso de quantidades muito abaixo do ideal ou excessos que implicam em aumento de custos e podem resultar em acamamento. 

Para o pesquisador João Leonardo Pires, em muitas situações pode-se verificar excesso no uso de sementes. Ele lembra que os cereais de inverno apresentam mecanismos de compensação (como perfilhamento, variação no número de espiguetas e número de grãos, por exemplo) que permitem obter máximo rendimento de grãos em uma faixa relativamente ampla de população. Segundo Pires, o produtor precisa refletir: por que aumentar a densidade em cereais de inverno se nas mesmas áreas - portanto com a mesma capacidade de suporte produtivo - estamos reduzindo cada vez mais a população da soja para incrementar o rendimento de grãos?  A orientação é verificar a informação fornecida pela empresa que desenvolveu a cultivar, empregando a quantidade de sementes indicada, considerando variações de acordo com a região, a época de semeadura e o histórico da área.

 

Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
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