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24/10/19 |   Transferência de Tecnologia

Programa vai fortalecer competitividade das cadeias produtivas do Agro em Alagoas

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Foto: Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira - Mesa de abertura no auditório do SENAR-AL

Mesa de abertura no auditório do SENAR-AL

Oito municípios de Alagoas deverão receber nos próximos meses ações do programa federal Agronordeste. Até 2021, deverão ser contemplados 18 territórios no Nordeste brasileiro e também do Norte mineiro. A informação é de Danilo Fortes, diretor-geral da iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que visa integrar o agronegócio nordestino ao nacional.

Fortes esteve em Maceió (AL) no último dia 18, onde apresentou mais detalhes do plano para o setor produtivo de Alagoas. Ele falou para um auditório lotado  na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (FAEAL) e afirmou que o objetivo do Governo Federal é impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural na região Nordeste. O público foi composto por secretários de agricultura, gestores sindicais, representantes de associações, cooperativas e de outras instituições vinculadas diretamente ao agronegócio.

Leite pro Oriente Médio

Danilo Fortes disse que Alagoas pode se dar bem com a nova possibilidade de incremento de mercado na cadeia produtiva de lácteos e derivados para países do Oriente Médio, por exemplo. “Podemos melhorar a qualidade do leite e de produtos lácteos produzidos aqui e inserindo esses produtos na pauta de exportações. O exemplo do cooperativismo que temos na região de Pindorama pode se tornar modelo pro Brasil inteiro”, asseverou.

Ele destacou também a mandioca, que poderá ser incorporada à produção de novos produtos, como as cervejas artesanais. Ele aposta ainda em outras cadeias, como a da ovinocaprinocultura da região. “Vamos criar um escritório local de operações em Batalha, que coordenará desde a assistência técnica, da porteira para dentro, fazendo o acompanhamento para que se tenha uma produção mais eficiente e de melhor qualidade, dentro das boas práticas agropecuárias, tão exigidas no mundo inteiro, como também da porteira para fora, estimulando o empreendedorismo, o cooperativismo, a capacidade de gerar produção em escala e, com isso, agregar valor, promover a distribuição de emprego e renda”, disse. 

Fortes fez menção também ao programa do Selo Arte e da valorização de selos de qualidade no Nordeste, com destaque para a cachaça, queijos e rapadura. “Nesse momento estamos construindo a governança do projeto, articulando as parcerias locais, dentro e fora do Governo. Vamos implantar coordenações estaduais nos territórios-polos”, afirmou.

Ele apontou alguns desafios e oportunidades que o Programa deverá enfrentar inicialmente, como a questão da energia e também a conectividade digital no campo. Destacou as potencialidades que o Nordeste tem para diversificar a matriz energética, possuindo abundância de sol e ventos.

Fortes disse que o Programa vai investir em projetos de reversão do êxodo rural, com incentivos especialmente à juventude rural, com a oferta de bolsas para estudantes que quiserem participar. Nessa primeira etapa, em alagoas, serão contemplados os municípios de Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens,  Jaramataia, Major Isidoro, Monteirópolis, Olho D’água das Flores e Olivença. 


Segurança hídrica

O secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas, Sílvio Bulhões, representou o governador Renan Filho no evento. Ele ressaltou a importância de que o novo Plano apoie o fortalecimento da cadeia produtiva do leite alagoana. “A cadeia produtiva do leite é a que mais distribui renda, porque é composta por pequenos, médios e grandes produtores. É socialmente justa!”, destacou o dirigente.

Fez menção também à demanda de garantias da segurança hídrica, sobretudo, para os pequenos e médios produtores, especialmente a retomada das obras do Canal do Sertão. “Alagoas enfrenta secas constantemente e tem uma obra de transposição muito grande, que tem enfrentado um problema gigantesco de falta de recursos. Garantir a segurança hídrica, maior oferta de água e o seu uso é imprescindível para a produção de leite, carne, alimentos e, consequentemente, para a produção de mel, um dos pontos prioritários do Agronordeste”, ressaltou Bulhões.

O secretário lembrou ainda que é preciso um enfrentamento imediato aos casos de peste suína clássica, que surgiram recentemente. 

Superar a pobreza

Outra fala no evento que merece destaque foi a da deputada estadual Jó Pereira (MDB). Ela lamentou o fato de que Alagoas não executa o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que é regulado pela Lei 11.947/09, e que obriga Estados e Municípios a adquirir, pelo menos, 30% da merenda escolar junto aos agricultores familiares. “Num estado aonde 66% da população vive em situação de pobreza e 30% na extrema pobreza, esse problema no PNAE precisa ser resolvido”, defendeu.

Já o diretor técnico do SEBRAE-AL, Ronaldo Morais, destacou a importância de um grande arranjo institucional para o alcance do sucesso do Plano. Ele lembrou o trabalho da instituição com a implantação de barragens subterrâneas. Disse que, nessa área, já foram aportados esse ano cerca de R$ 4 milhões em Alagoas. Morais fez questão de ressaltar também o trabalho da instituição junto às mulheres do campo e com o fomento de cultivos orgânicos. 

O plano

Lançado nacionalmente no último dia 1º, o Agronordeste será implantado em 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 18 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas. O plano de ação é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem. 

Os objetivos iniciais do Plano são aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.

Embrapa em campo

Durante sua apresentação, Danilo Fortes fez menções positivas ao trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Inicialmente ele informou que a estatal ficou encarregada de fazer um levantamento detalhado das potencialidades da Região. “A seleção dos Territórios nessa fase inicial foi feita pela Embrapa, que possui um acúmulo muito grande de informações estratégicas para o agronegócio regional e um estoque de tecnologias prontas para atender às diversas cadeias produtivas”, ressaltou. 

O secretário da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas, Sílvio Bulhões, e o superintendente federal do MAPA em Alagoas, Alay Correia de Amorim, também destacaram a participação da estatal para efetivação do Agronordeste. 

João Flávio Veloso, chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, mais uma unidade da empresa, recém-instalada na capital alagoana, disse que o Plano Agronordeste será uma oportunidade valiosa para que o setor produtivo da região desenvolva, aprimore e agregue valor aos produtos da agropecuária típicos da nossa Região, acessando novos mercados. 

“Em Alagoas, particularmente, estamos muito interessados em apoiar o desenvolvimento de produtos agroalimentares inovadores identificadas com a tradição agrícola de alguns territórios. Há um potencial ainda a ser revelado interessantíssimo e estamos colocando nossa equipe de pesquisa para levantar dados mais bem definidos sobre isso, para apoiar novos projetos e novas tomadas de decisão do próprio governo nesse sentido. O Selo Arte e outros selos de qualidade, como as Indicações Geográficas, são bons exemplos disso”, comenta.

A Embrapa está apoiando as autoridades estaduais e federais na formatação de novas leis que certificarão os produtos artesanais. A equipe técnica da Unidade em Maceió vem dando subsídios, por exemplo, ao Projeto de Lei Ordinária (PLO) 646/2018.

Pesquisadores da Embrapa Alimentos e Territórios  também já começaram a prospectar as potencialidades de outras cadeias produtivas importantes em Alagoas, como a da maricultura, da mandioca e a do mel e seus derivados, como a própolis vermelha, através de visitas e reuniões técnicas. Foram iniciados, por exemplo, os primeiros levantamentos in loco envolvendo as famosas boleiras, no município de Riacho Doce. 


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Dalmo Oliveira da Silva
Jornalista, MSc em Comunicação, Analista A
Assessoria de Comunicação & Imprensa
Embrapa Alimentos e Territórios
Maceió – Alagoas 

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