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17/02/20 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Contribuição da pesquisa agropecuária brasileira é tema de painel nas Nações Unidas

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O coordenador do Labex EUA, Alexandre Varella, participou quarta-feira (12 de fevereiro), em Nova Iorque, Estados Unidos, de um dos mais importantes eventos internacionais voltados ao debate sobre o combate à fome e à desnutrição no mundo. Representando o presidente da Embrapa, Celso Moretti, ele apresentou na Organização das Nações Unidas (ONU) a contribuição da pesquisa agropecuária brasileira, as ações, a experiência e os caminhos que a ciência pode abrir na superação dos desafios do futuro, em especial daqueles ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

A palestra foi apresentada no painel “O papel da Cooperação Sul-Sul e Triangular na facilitação do compartilhamento e construção de conhecimento e na alavancagem de investimentos na agricultura e nos sistemas alimentares para combater a fome”, do evento intitulado “Diálogo Interativo com Alvo na fome: Cooperação Sul-Sul e Triangular para transformar a agricultura”. Participaram delegações e missões internacionais que trabalham junto à ONU e foram convidadas para o evento organizado diretamente pelo presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, o diplomata e acadêmico nigeriano Tijjani Muhammad-Bande.

“A presença da Embrapa no debate sobre a erradicação da fome no mundo, ao lado de cerca de 300 autoridades e especialistas de renome, representa uma oportunidade única de expor o esforço desenvolvido pela ciência brasileira, em benefício de uma pauta que requer a mobilização do mundo”, disse Varella. Entre os painelistas que participaram do evento, estiveram especialistas do Paquistão, Gana, Indonésia, Etiópia, Cabo Verde e África do Sul, países em que parcelas significativas da população sofrem em situação de fome extrema.

Segundo o coordenador do Labex, o espaço concedido à pesquisa agropecuária do Brasil reforça o reconhecimento internacional da Embrapa. “A partir dessa apresentação perante quase todos os países do globo, foi possível identificar oportunidades, estabelecer contatos e promover a imagem da ciência brasileira, da Embrapa e do agro nacional”, destaca, lembrando que esta é uma das funções do Labex em território estrangeiro. “Esse convite teria sido muito mais difícil se a Embrapa não estivesse além das fronteiras do Brasil”.  

Ações estratégicas

Durante o painel, Varella destacou a atuação da Embrapa em projetos executados de cooperação técnica, como o "Fortalecimento tecnológico e difusão de boas práticas agrícolas para o algodão nos países do C-4 e Togo", desenvolvido em conjunto com Benim, Burquina Faso, Chade, Mali e Togo, na África Ocidental, sob a liderança da Embrapa Algodão. O objetivo da iniciativa é ajudar países africanos a desenvolver o setor de algodão, com aumento de produtividade.

Ele também citou o engajamento da Empresa ao compromisso internacional com os 17 ODS, a partir da mobilização de uma rede de pesquisadores das unidades descentralizadas de todo o País, voltados à programação de pesquisa e inovação agropecuária, mapeando iniciativas relacionadas aos Objetivos e suas metas. “Em um curto prazo, mais de 870 pesquisadores se envolveram na produção de 18 e-books sobre o tema, que ao final destacaram tecnologias da Embrapa que podem ajudar no combate à pobreza e à fome”, comentou, ressaltando que a pesquisa agropecuária brasileira tem potencial de contribuir para o alcance de 45% das metas da Agenda 2030, em todos os 17 ODS.

Varella ressaltou tecnologias e ativos da Embrapa que podem contribuir para atingir estes objetivos, como o trabalho com intensificação sustentável (no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta), na redução das emissões de gases de efeito estufa e na otimização de uso das áreas agrícolas com várias culturas e atividades na propriedade.  Destacou os trabalhos com nanotecnologia, na busca por alimentos com mais qualidade e segurança, prolongando o tempo de vida na prateleira ou reduzindo o tempo de maturação pós colheita, além das cultivares da Embrapa biofortificadas que produzem alimentos com maior valor nutricional e o trabalho de inovação social na agricultura agroecológica, para pequenos produtores, com mais sustentabilidade, menor custo de produção e uso de técnicas de culturas mais resistentes.

Em uma mensagem de otimismo, o coordenador do Labex Eua concluiu a apresentação, destacando que a Embrapa está pronta para novas parcerias e modelos de cooperação em nível de Cooperação Sul-Sul e Triangular e para colaborar com os objetivos da Agenda 2030 para erradicar a pobreza, a fome e a desnutrição no mundo.

Katia Marsicano (MTb-DF 3645)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas - Sire

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