Batata-doce, milho e macaxeira biofortificadas desenvolvidas pela Embrapa serão colhidas nesta quinta-feira (20), em um Dia de Campo na Fazenda Escola da Universidade Federal Rural da Amazônia (Castanhal), a partir das 8h. O evento vai reunir agricultores e técnicos da região, que vão conhecer o sistema de produção dos alimentos biofortificados, participar da colheita e receber sementes e estacas para plantio. O experimento com os alimentos biofortificados foi implantado em outubro do ano passado e envolve o plantio de quatro cultivares desenvolvidas pela Embrapa que possuem maior teor de ferro, zinco e vitamina A: a batata-doce BRS Beauregard; o milho BRS 4101; e as macaxeiras BRS Jari e BRS Dourado. A ação é uma parceria da Embrapa, Ufra e Secretaria Municipal de Agricultura. De acordo com Jaime Carvalho, analista de transferência de tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, a expectativa de colheita surpreende os técnicos. “Nossa estimativa é de que a batata-doce Beauregard tenha uma produtividade maior que 30 toneladas por hectare, que é a média nacional para essa variedade. Se compararmos à batata comum, por exemplo, a produtividade é pelo menos três vezes maior”, comemora. Durante a colheita, os agricultores, técnicos, professores e extensionistas vão conhecer o trabalho da Rede Biorfort, conjunto de projetos coordenado pela Embrapa, e as iniciativas para ampliar a produção dos biofortificados na região Nordeste Paraense. “A intenção é de que os agricultores já saiam daqui com sementes de milho e estacas de batata-doce e macaxeira para iniciarem seus plantios”, afirma Carvalho. A biofortificação é resultado de um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas. “É importante ressaltar que não é alimento transgênico (onde há incorporação de genes de outro organismo no genoma da planta) e que o próprio produtor tem a autonomia para reproduzir sua semente ou muda”, destaca o técnico. Alimentos mais nutritivos A batata-doce Beauregard, por exemplo, apresenta em média 115 microgramas de betacaroteno por grama de raízes frescas, enquanto que as batatas-doces convencionais de polpa branca têm até 10 microgramas. O betacaroteno é um carotenoide antioxidante e precursor importante da vitamina A. O trabalho com os biofortificados é resultado da Rede Biofort, conjunto de projetos coordenados pela Embrapa, que visa a segurança nutricional da população brasileira, tendo o foco direcionado aos alimentos básicos como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.