A Embrapa Semiárido, em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), vem apostando no uso de ferramentas digitais para difusão do conhecimento e realização de treinamentos junto a técnicos e estudantes. O curso ‘Metodologias Participativas para Conservação e Uso da Agrobiodiversidade’ é uma dessas iniciativas. Ofertado gratuitamente por meio da Plataforma Zoom, o treinamento foi iniciado em 30 de março e vai até 07 de maio, com participação de alunos do Brasil e exterior. Foram disponibilizadas, no total, 200 vagas para o curso, mas o número de interessados ultrapassou os 400. A realização online possibilitou a inscrição de pessoas de diversos estados e regiões, e até da Colômbia. Eles se valeram das TICs – conjunto de recursos tecnológicos utilizados de forma integrada com objetivo comum - para se dedicarem aos conteúdos que envolvem diversas metodologias para a pesquisa participativa, biodiversidade e agrobiodiversidade, além de informações sobre as estratégias para conservação dos recursos naturais. De acordo com a pesquisadora Alineaurea Florentino Silva, uma das organizadoras do evento, a ideia inicial era realizar uma capacitação remota para cerca de 30 técnicos do projeto ‘Participa’ e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Contudo, devido a grande procura pelo tema e o atual momento de isolamento social devido à pandemia do Covid-19, houve a necessidade de ampliar as vagas. ‘Foi uma grata surpresa. Tivemos muitos inscritos, inclusive pessoas de outros países. Diante disso e por limitações da própria plataforma, foi necessário reduzir o número de participantes e dividir o curso em duas turmas. Como todos os inscritos preencheram um pré-teste, fizemos a seleção, priorizando àqueles que já possuíam alguma experiência ou conhecimento na área’, explica. Vantagens do treinamento online A pesquisadora destaca diversos pontos positivos na realização do treinamento online, entre eles a facilidade de gravação das aulas e disponibilização no Youtube, recurso que ajuda os alunos a revisarem os conteúdos. A interação também está sendo bem-sucedida, intensificada por meio de grupo de whatsapp criado exclusivamente para troca de conhecimentos e compartilhamento de materiais do curso. De modo geral, a experiência está sendo exitosa. ‘Temos um público amplo e interessado, e estamos conseguindo passar as nossas experiências de pesquisa. Com certeza, o uso de ferramentas digitais contribui para ultrapassar as barreiras formais de aprendizagem, atingindo cada vez mais pessoas’, diz. Alineaurea revela ainda que já está sendo organizado novos cursos online, trazendo temas nas áreas de Agroecologia e Meio Ambiente, como compostagem, gestão de resíduos e monitoramento de recursos naturais. Dinâmica do curso O treinamento em ‘Metodologias Participativas para Conservação e Uso da Agrobiodiversidade’ foi dividido em 12 módulos, com aulas duas vezes por semana. No início de cada aula, é feita a apresentação dos assuntos e compartilhamento dos slides. No intervalo, a interação acontece por meio do grupo de whatsapp. Todos os participantes podem enviar mensagens contando experiências, comentários e dúvidas relacionadas aos temas expostos. As questões são respondidas na segunda parte da aula. “É uma experiência rica, com a participação de pessoas de todo o Brasil, alguns com experiência no assunto e outros vendo o tema pela primeira vez”, comenta a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Maria Aldete, também organizadora do evento. A cada módulo são realizadas atividades para verificar a evolução da turma. O curso conta com certificado, que será disponibilizado aos alunos com no mínimo 70% de participação e realização das tarefas enviadas nos módulo. Outra questao é a possibilidade de inclusão de novos instrutores durante o período do treinamento. No curso em questão, além das aulas ministradas pelas pesquisadoras Alineaurea Florentino Silva e Maria Aldete, também haverá palestra do pesquisador da Embrapa Semiárido Tony Jarbas. Experiência aprovada A professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Cristina Crispim ressalta o caráter participativo do curso, parabenizando pela interação e troca de experiências entre os instrutores e alunos, fator que enriquece ainda mais os temas trabalhados. Para a estudante de agroecologia Giovana Soto Lizana, o treinamento apresenta carga horária adequada, com aulas de curta duração. Ela elogia o conteúdo: “passa conceitos-chave sobre como fazer extensão rural pautada no respeito e na horizontalidade, sendo o técnico um facilitador de desenvolvimento às comunidades”. Também participante do curso, o chefe-geral da Embrapa Roraima (Boa Vista-RR), pesquisador Otoniel Ribeiro Duarte considera o treinamento oportuno para a pesquisa e extensão. Você pode saber mais sobre o curso e seu conteúdo aqui.