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14/09/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

Caravana Embrapa reforça manejo integrado de pragas em Goiás

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Foto: Sebastião Araujo

Sebastião Araujo -

A segunda fase da Caravana Embrapa que percorrerá diversos estados brasileiros com foco no Manejo Integrado de Pragas (MIP) teve início em Goiás, nos dias 9 e 10 de agosto, na sede da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), reunindo técnicos e multiplicadores que atuam junto aos agricultores no Estado.

Esta edição da Caravana Embrapa tem como propósito central a ‘tomada de decisão no manejo integrado de pragas'. No treinamento, os pesquisadores da Embrapa repassam alguns conceitos e táticas referentes ao MIP; no decorrer da capacitação são tratadas questões referentes a práticas em campo: monitoramento de pragas; práticas em sala: identificação de insetos; debates sobre tomada de decisão para o manejo adequado de pragas; e, as conclusões finais apontadas pelos participantes.

O Manejo Integrado de Pragas reúne um plano de medidas voltado para diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando promover o equilíbrio nas plantas e monitorar as pragas evitando, ao máximo, o uso desses produtos no sistema. Os agrotóxicos só devem ser utilizados quando se chega a uma proporção populacional maior, sendo necessário o controle desses organismos que causam problemas nas plantações, antes que eles cheguem ao nível do dano econômico, em que as perdas de produção geram prejuízos financeiros significativos (veja ilustração abaixo).

 

Bases do Manejo Integrado de Pragas

As bases do MIP são fundamentadas pelo conhecimento sobre taxonomia, biologia e ecologia que subsidiam a identificação das pragas chaves e os inimigos naturais, seguindo para o monitoramento com base nas informações sobre seus níveis de controle e o manejo do agroecossistema, priorizando as condições para o equilíbrio das plantas e o combate natural das pragas.

Quando o monitoramento indica que a densidade populacional atingiu o nível de dano econômico, a tomada de decisão pelo controle segue uma lógica que prioriza os controles cultural, biológico, comportamental, genético, varietal e, como última opção, o controle químico.

No caso do controle químico, são utilizados produtos seletivos em favor dos inimigos naturais e os polinizadores, além da rotação de produtos por modos de ação e grupo químico, a fim de evitar a resistência.

A ocorrência de recentes ameaças fitossanitárias, como a Helicoverpa armigera ou outras pragas, como a mosca branca que ataca as culturas do milho, arroz, feijão, tomate, entre outras culturas e hortaliças devem ser analisadas; outro exemplo é a Lagarta elasmo que afeta as culturas da soja, do milho, arroz, feijão ou do algodão. Tudo isto vem comprovar não apenas a eficácia do MIP como a necessidade de sua ampliação para o equilíbrio no âmbito de toda a paisagem.

Assim, a aplicação constante de inseticidas para controlar as pragas, além de não gerar os resultados esperados podem causar problemas à saúde do trabalhador rural, à sua família, aos consumidores dos produtos e ao meio ambiente.

Insetos do Bem

Uma alternativa para o problema é o controle biológico dos insetos como um processo ecológico de redução de populações que se baseia no fato de que, na natureza, existe uma série de microrganismos (fungos, bactérias, vírus, entre outros), aves, mamíferos (tamanduá e outros), peixes e insetos que os utiliza como fontes de nutrição.

Neste sentido, é importante considerar que os insetos benéficos nos cultivos agrícolas não sejam confundidos sendo necessário distinguir esses inimigos naturais das pragas e entender que, se eles são inimigos das pragas, são amigos dos produtores.

Por este motivo, devemos dar toda atenção a estes fatores, pois sem a atuação desses ‘insetos do bem' a produção de várias frutas tropicais, por exemplo, ficaria mais difícil de serem produzidas. Entre os insetos ‘amigos' podemos destacar os polinizadores, como as abelhas, mariposas e as borboletas; alguns insetos funcionam como inimigos naturais de pragas, isto é, são predadores (como, por exemplo, joaninhas, tesourinhas e bicho-lixeiro) ou os parasitoides (vespinhas que parasitam ovos, larvas, pupas e até adultos de outros insetos e aranhas, levando-os a morte).

Esses insetos benéficos ao homem e à natureza são frutos de muitas pesquisas realizadas pela Embrapa e, muitas delas, buscam conhecer melhor as espécies e manejo de forma favorável ao ambiente agrícola, visando a sua conservação e multiplicação.

Sendo assim, todos estes conhecimentos apresentados pelos pesquisadores visam fortalecer o agricultor a diferenciar os predadores das pragas da lavoura através das características morfológicas que eles apresentam.

As próximas etapas da Caravana Embrapa serão realizadas em novembro, nos municípios goianos de Rio Verde e Cristalina; ao final de cada encontro é aberto amplo debate com os participantes, quando todos os pesquisadores da Caravana tiram dúvidas e prestam as orientações necessárias ao manejo adequado de pragas nas respectivas regiões de atuação dos técnicos e multiplicadores da extensão rural.

Hélio Magalhães (4911 MTb/MG)
Embrapa Arroz e Feijão

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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