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27/08/21
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Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Embrapa fala de iniciativas para impulsionar startups em webinar promovido pela ABBI
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Alexandre Alonso participou do webinar da ABBI "Startups e Bioinovação no Brasil"
Ideias para fortalecer o ecossistema de inovação no Brasil e dar apoio às startups foram debatidas na manhã do dia 27/8, no webinar “Startups e Bioinovação no Brasil”, promovido pela Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI). Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, foi um dos convidados para falar sobre como a Embrapa apoia o cenário de bioinovação no Brasil.
Thiago Falda, presidente-executivo da ABBI, abriu o evento afirmando que as startups são o berço da inovação e que “em todo o lugar onde a inovação prospera, existe um ecossistema adequado às particularidades das startups”. Sobre este assunto, Alexandre Alonso lembrou que o investimento em ciência, tecnologia e inovação resultou no grande sucesso que é a agricultura brasileira atualmente.
“A Embrapa está aberta, próxima e conectada aos seus parceiros e clientes. Atuamos por meio de redes e alcançamos recentemente o primeiro lugar entre as mais de cem corporações do setor agropecuário que mais se relacionam com startups”, disse Alonso, referindo-se ao ranking Top Open Corps deste ano divulgado no dia 23/8.
Alonso também citou o Radar Agtech Brasil, um mapeamento das startups do setor agro brasileiro elaborado pela Embrapa e parceiros e hoje considerado a principal fonte de informações para compreender o panorama das empresas de base tecnológica do setor.
“A Embrapa tem atuado em diversas linhas para ativar o ecossistema de inovação brasileiro, como a realização de desafios de ideias, hackathons, maratonas tech e por meio da abertura de editais de inovação aberta, que buscam compartilhar riscos e financiamentos na pesquisa”, afirmou, citando como exemplo o edital Inovabio da Embrapa Agroenergia, que está com inscrições abertas até o dia 31/8.
Outra iniciativa citada por Alonso foi o Pontes para Inovação, uma linha de apoio e financiamento criada pela Embrapa para conectar as Agtechs com investidores, permitindo que tenham acesso a recursos para acelerar seus negócios. Nessa linha, a Embrapa Agroenergia também oferece o apoio financeiro por meio de sua unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação), que financia projetos nas áreas de Bioquímica de Renováveis e Tecnologia da Biomassa.
Sobre os desafios para o desenvolvimento das startups no Brasil, Alonso falou da questão dos altos investimentos necessários, e da importância do “encadeamento tecnológico”, ou seja, da associação de empresas para superar o desafio do financiamento. “Quando conseguimos unir diversas partes atuando de maneira sinérgica, conseguimos grandes resultados”, afirmou.
Por fim, Alonso lembrou que outro desafio é buscar um melhor desempenho no Índice Global de Inovação, que mostra que o Brasil performa melhor em pesquisa do que em inovação. “A gente tem alguma dificuldade em converter pesquisa, prova de conceito, no desenvolvimento de produtos e isso tem muito a ver com o fato de boa parte dos doutores e mestres estarem na academia. Cientista não é necessariamente um empreendedor. Mas pode ser", disse.
Alonso anunciou que em breve a Embrapa Agroenergia irá estruturar um programa de pré-aceleração tecnológica para apoiar cientistas e empreendedores na concepção e validação de novas tecnologias. "Um ambiente de negócios que estimule o empreendedorismo também é fundamental para estimular novos pesquisadores e cientistas a empreender ou a se conectar com empreendedores", concluiu.
Marco Legal das Startups
Marcos Pinto, diretor do Departamento de Empreendedorismo Inovador do MCTI, falou da Lei Complementar n.º 182/21, que institui o “Marco Legal das Startups e do Empreendedorismo Inovador (MLSEI)” no Brasil. De acordo com o diretor, “as startups podem ser um grande driver da inovação não apenas em bioeconomia, mas para a economia em geral”.
Marcos disse que o objetivo do marco legal, também conhecido como “Lei das startups”, é facilitar o desenvolvimento do ecossistema de inovação no Brasil a partir de três vertentes: desburocratização, facilitação de investimentos e atuação do Estado.
Por fim, celebrou a recém-aprovada lei n.º 14.195, sancionada em 26 de agosto de 2021, que dispõe sobre a facilitação para a abertura de empresas, proteção de acionistas minoritários, facilitação do comércio exterior, entre outros assuntos. “Essa lei vai melhorar o Brasil no índice do doing business”, acredita o diretor.
Ele citou alguns programas do MCTI para apoiar as empresas em fases iniciais, como o Programa Centelha, o Tecnova (Finep), o Conecta Startup Brasil e o Programa Mulheres Inovadoras (Finep). “O recurso público é limitado. Por isso, a maneira mais inteligente de usá-lo é focar nas startups em estágio inicial e em tecnologias com maturidade mais baixa, onde o setor privado tem medo de entrar”, concluiu. Para saber mais sobre as iniciativas do Governo Federal para as startups, clique aqui.
Soleá e Oxitec: startups brasileiras compartilharam experiências
O CEO da Soleá Brasil, Felipe Morbi, e a diretora-geral da Oxitec do Brasil, Natália Ferreira, falaram sobre suas respectivas experiências e dos desafios que encontraram para empreender no Brasil.
Felipe falou do desafio da empresa Soleá de transformar a espécie nativa macaúba numa cultura agrícola, assumido desde 2009 pela empresa, e da opção por trabalhar com a domesticação da macaúba com base no conceito de sustentabilidade.
Atualmente, a empresa trabalha desde o desenvolvimento de materiais genéticos até tecnologias de aplicação para o mercado de biocombustíveis de primeira e segunda geração, biomateriais, ingredientes alimentícios, indústria oleoquímica, entre outras. “Agregamos valor à macaúba para posicionar a cultura como base de matérias-primas sustentáveis para atender a demanda de uma nova economia que nasce”, explicou. "Neste ano, saímos da fase de validação para ganho de escala por meio do projeto Solium”, comemorou o CEO.
Sobre o desafio de empreender, Felipe se definiu como um empreendedor “teimoso”. “Eu costumo dizer teimoso, resiliente, porque na prática no Brasil é tudo tão complicado não só para as startups mas para empreender de modo geral que uma boa dose de teimosia às vezes é positiva", disse, enfatizando que nem todos estão abertos a ideias inovadoras e que as empresas preferem entrar em negócios que já estão prontos. “Existe uma aversão do brasileiro ao risco”, concluiu.
Natália Ferreira, diretora-geral da Oxitec do Brasil, contou que a empresa nasceu na Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a missão de desenvolver tecnologias inovadoras no controle biológico de insetos que transmitem doenças e destroem plantações, com foco inicial no mosquito Aedes aegypti.
Há quase 10 anos no Brasil, a diretora da empresa enumera como principais desafios para o desenvolvimento da startup no País a falta de regulamentação à época, e dificuldades para realizar testes em ambientes urbanos, em municípios receptivos a ideias disruptivas. Vencidos os primeiros desafios, a empresa desenvolveu dois produtos já aprovados pelos órgãos regulatórios e prontos para serem inseridos no mercado.
“Cheguei até aqui pela minha vontade de fazer as coisas acontecerem num ambiente em que nada era muito claro. Cada vez que eu me deparava com alguém dizendo que eu não poderia fazer algo, eu questionava o porquê e explicava que a definição de inovação é justamente criar coisas que ainda não existem”, contou. “Fico muito feliz pelas novas startups, porque o caminho delas será muito mais fácil”, concluiu.
O webinar “Startups e Bioinovação no Brasil” foi gravado e está disponível neste link. O próximo webinar da ABBI está agendado para o dia 9/9, às 9h30, sobre o tema “Economia Circular”.
Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
Embrapa Agroenergia
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