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14/12/15 |   Produção vegetal  Recursos naturais

Plantio Direto em Debate

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Foto: Natascha Longhi

Natascha Longhi - Pesquisador José Eloir Denardin

Pesquisador José Eloir Denardin

A Conferência Estadual de Conservação do Solo e da Água deste ano apresentou a discussão sobre o plantio direto, durante uma série de palestras no auditório da Emater/RS, em Porto Alegre/RS, nos dias 3 e 4/12. A situação do Rio Grande do Sul no uso, manejo e conservação do solo e água foi tema da palestra do pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin na abertura do evento, promovido pelo Confea.

De acordo com o pesquisador José Eloir Denardin, o plantio direto foi importado dos países de clima temperado, mas se mostrou insuficiente para manter a estrutura do solo em regiões de clima subtropical e tropical. "Nessas regiões, em razão das características de intensidade e de distribuição das chuvas, em qualquer época do ano há probabilidade de ocorrência de precipitação pluvial com potencial para superar a taxa de infiltração de água no solo e formar enxurrada, independentemente do tipo de uso e de manejo do solo. O resultado é a erosão, que leva embora parte considerável da camada superficial do solo, rica em matéria orgânica, em corretivo e em nutrientes para as plantas, provocando, indiscutivelmente, perdas econômicas ao produtor rural, destruição de estradas e poluição de várzeas e riachos", explica Denardin.

No Rio Grande do Sul, os sistemas de produção exclusivamente produtores de grãos, encontram dificuldade econômica para se diversificarem, sendo, a rigor, monocultivos. Esta condição induz à adoção do Plantio Direto (pouca mobilização do solo e manutenção dos restos culturas) em detrimento do Sistema Plantio Direto (rotação/consorciação/sucessão de culturas).

Prova do monocultivo são os dados da produção agropecuária (Conab e IBGE) que mostram que em 2014, no RS, dos 7,3 milhões de hectares cultivados na safra de verão com espécies anuais produtoras de grãos, apenas 1,3 milhões foram cultivados na safra de inverno. Estes dados indicam que, no Estado, há 5,87 milhões de hectares com apenas uma safra agrícola por ano. "Portanto, embora se aponte que, no Estado, a adoção do Plantio Direto seja da ordem de 6 milhões de hectares deduz-se que a adoção do Sistema Plantio Direto, ao exigir diversificação de culturas, não ultrapassa aos 1,27 milhões de hectares que recebem, pelo menos, duas safras por ano agrícola", afirma o pesquisador. Segundo ele, neste cenário, predomina o monocultivo de soja, a qual é desprovida de sistema radicular com qualidade e quantidade hábeis para manter o solo permanentemente sem preparo e prevenir, com eficiência, a degradação biológica e física do solo.

"O nosso objetivo neste evento é mostrar que existem soluções tecnológicas, prontas para uso, para converter  o  plantio  direto  em sistema  plantio  direto  no  contexto  da agricultura  conservacionista", conclui José Eloir Denardin. 

Joseani M. Antunes (9693/RS)
Embrapa Trigo

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