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Cultivares de algodão da Embrapa mostram seu potencial na Tecnofam 2024
O Brasil, hoje, produz mais algodão do que consome. O consumo fica em torno de 700 mil toneladas de pluma por ano e estamos produzindo cerca de 2,5 milhões. Isso coloca o País como um grande exportador de algodão. “Estamos disputando passo e passo com os Estados Unidos”, constata Fernando Mendes Lamas, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, que apresentará cultivares de algodão da Embrapa durante os três dias de Tecnofam 2024.
Veja quais são, suas características e qualidades - clique no link para conhecer um pouco sobre cada uma. Algodão colorido BRS Verde, Algodão branco BRS 416, Algodão colorido BRS Rubi e Algodão colorido BRS Jade.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foram enviadas, no mês de fevereiro deste ano, 258,05 mil toneladas de algodão para o exterior, o que representa um aumento de 3,11% em relação ao mês anterior. O estado de Mato Grosso contribuiu com 65,23% do total dos envios do Brasil. Os países que importaram o produto foram a China, em primeiro lugar, e o Vietnã, em segundo, no mês citado.
Os dados mostram Brasil sendo o quarto maior produtor de algodão e o segundo maior exportador de algodão no mundo. Lamas diz que o mercado de algodão é volátil, de certa forma, por estar atrelado ao preço do petróleo, “porque a partir do petróleo se produz também uma fibra têxtil, que é lógico, não tem a qualidade que o algodão tem, mas hoje se usa muito misturar 60% de algodão com 40% de fibra sintética, que resulta em um tecido tanto para cama, mesa, banho e vestuário bem interessante".
No Brasil, a produtividade do algodão é crescente, graças à incorporação de novos conhecimentos, novas cultivares, novos modelos de produção. O pesquisador Lamas relata que, hoje, a produtividade média de fibra gira ao redor de 1.700 quilos por hectare, enquanto os Estados Unidos, que são um dos maiores produtores, não têm a maior área, mas possuem a maior produção – a produtividade nos Estados Unidos é de 970 quilos de algodão em pluma por hectare.
Quanto à qualidade do algodão, Lamas afirma que o Brasil tem realizado um trabalho muito interessante com algodão, em todos os elos da cadeia produtiva. “Hoje o Brasil, através da Associação dos Produtores [Abrapa], tem um escritório em Singapura, que é a região asiática que mais consome algodão, representando os produtores. Com isso, trazem para o Brasil muito rapidamente as demandas desses compradores, especialmente do ponto de vista de qualidade”, explica.
Apesar de o algodão produzido na Austrália ser considerado o melhor do mundo, sua quantidade é relativamente pequena. Mais um motivo que leva o Brasil a ter um mercado consolidado. “Os produtores estão muito bem organizados, conscientes da questão ambiental. Isso dá uma credibilidade enorme para o algodão produzido no Brasil”, afirma Fernando Lamas.
No geral, os preços internacionais estão relativamente bons, as produtividades do algodão brasileiro estão boas, os custos de produção, devido principalmente à necessidade de se controlar o bicudo-do-algodoeiro, tornam-se, às vezes, um pouco altos, mas as produtividades ainda propiciam uma boa margem de lucro para o produtor brasileiro.
O mercado de algodão tem sido atraente do ponto de vista de preços, tanto da fibra como do caroço. O caroço do algodão é utilizado tanto na alimentação animal como ração, e na alimentação humana, na produção de óleo.
“A fibra e o caroço estão com o mercado bom e isso dá uma certa tranquilidade e tem proporcionado ganhos de rentabilidade para o produtor. Em alguns estados, como o próprio Mato Grosso do Sul, a área de algodão vem crescendo. Hoje nós temos áreas de algodão na região de Campo Grande, na região de Bandeirantes, Aral Moreira, Maracaju, Costa Rica e Chapadão do Sul. Temos uma expectativa que essa área pode crescer, porque o algodão é um componente muito interessante do sistema de produção”, conclui o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.
Tecnofam 2024
Nesta edição, as instituições e organizações envolvidas são: Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul); Movimento de Mulheres Camponesas (MMC); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Central Única dos Trabalhadores (CUT); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Mato Grosso do Sul (Fetagri-MS); Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental (Fundapam); Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul); Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS); Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran); Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems); Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD); Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Hospital de Amor – Dourados-MS; Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Cresol; Sicoob; Sicredi; Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS); Sindicato Rural de Dourados; Sistema OCB-MS; Senar-MS; Sebrae-MS; Secretaria Municipal de Agricultura Familiar (Semaf)/Prefeitura Municipal de Dourados; Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer)/Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)/Governo MS; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA); Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Governo Federal.
Sílvia Zoche Borges (DRT-MG 08223)
Embrapa Agropecuária Oeste
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