A Mancha Amarela do Trigo (Pyrenophora tritici-repentis) é das mais importantes doenças do cereal, causando perdas de até 80% nas lavouras. O uso de fungicidas é a principal estratégia de manejo da doença, entretanto, é recorrente o relato de falhas no controle químico e o aumento na ocorrência da doença no País. Este projeto visa ao melhor entendimento do patossistema ‘Trigo-Mancha Amarela’, fornecendo bases para o desenvolvimento de ferramentas de fenotipagem e diagnose precoce desta enfermidade, propondo-se a: a) Caracterizar genótipos de trigo por sensores de imagem; compostos bioquímicos e metabólicos associados a respostas de resistência; e reação de sensibilidade à toxina PtrToxA; b) Caracterizar isolados de P. tritici-repentis (Ptr). Além de subsidiar a construção de um algoritmo para detecção precoce de doenças (que demanda grande volume de dados de fenotipagem), o projeto está apoiando o melhoramento de trigo para resistência à Mancha Amarela e, também, gerando informações sobre a doença/manejo para o produtor rural. A partir deste projeto, metodologias de fenotipagem de plantas, empregando distintas ferramentas, a exemplo de sensores, serão inseridas na área de Fitopatologia da Embrapa. Para o desenvolvimento e execução das atividades propostas, a partir da parceria inicial com a Universidade de Aberystwyth (País de Gales) foi criada uma rede de colaboradores, que inclui o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo – Cimmyt (México) e a Curtin University (Austrália). Esta última fornecerá a toxina PtrToxA, que constitui nova abordagem em fenotipagem de plantas. Na Universidade de Aberystwyth, será realizada a caracterização de metabólitos por espectrometria de massa. Também fazem parte do projeto, a Universidade de La Plata (Argentina) e a Epamig (Patos de Minas, MG) que irão replicar experimentos de fenotipagem em seus respectivos ambientes, com o objetivo de proporcionar maior robustez aos resultados do projeto. A partir dos resultados gerados no projeto espera-se impactar a cadeia produtiva de trigo pela geração de material genético mais resistente e redução no uso de fungicidas, possível de ser obtida quando há um conhecimento aprofundado do patossistema. Considerando a área de produção nacional de trigo - em torno de 2 milhões de hectares e o preço médio da aplicação de fungicida a R$100,00/ha, a redução de uma única aplicação pode significar um potencial de economia em torno de R$ 100 milhões.