Embrapa Acre
História
Com mais de quatro décadas de atuação no Acre, a Embrapa disponibilizou uma gama de tecnologias para o desenvolvimento, inovação e sustentabilidade de cadeias produtivas estratégicas para a economia local e regional. Presentes nos alimentos que chegam à mesa das famílias amazônicas, nos produtos da biodiversidade da região, que conquistaram mercados nacionais e internacionais, e na madeira certificada utilizada na construção civil no Brasil e exterior, essas tecnologias proporcionaram avanços na produção agropecuária e florestal, com conservação ambiental, e ajudaram a gerar trabalho e renda no campo.
Criada em 1976, como Unidade de Pesquisa de Âmbito Estadual de Rio Branco (Uepae Rio Branco), em um cenário econômico de base extrativista, a Embrapa chegou ao Acre com a missão de desenvolver sistemas de produção agrícola e pecuários, em áreas recém-desmatadas, para aumentar a oferta de alimentos. Quando a Embrapa chegou ao Acre, mais de 90% dos alimentos consumidos no Estado eram adquiridos no centro-sul do país ou importados de países vizinhos. Mais da metade (60%) da carne bovina consumida pela população acreana vinha da Bolívia e de outras regiões do País, geralmente por via aérea, o que encarecia o produto e restringia o consumo por populações de menor renda.
Os primeiros projetos de pesquisa desenvolvidos no Acre contemplaram o manejo e diversificação de pastagens e culturas como milho, café, abacaxi e citros (laranja e limão). Com a transformação da UEPAE Rio Branco em Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, na década de 1990, a Embrapa realinhou o seu modelo de pesquisa e incorporou uma atuação mais regional, com base em demandas do setor produtivo. A mudança trouxe o desafio de viabilizar uma produção sustentável, com ênfase no manejo dos recursos naturais do Bioma Amazônia, em áreas de floresta e já desmatadas.
A Empresa passou a investir em pesquisas com novas culturas agrícolas de relevância econômica e social para a região, como banana e mandioca, e com produtos não madeireiros com elevado potencial de mercado, incluindo a castanha-do-brasil e açaí. Nos anos 2000, inicia as pesquisas com manejo florestal empresarial, para redução dos impactos ambientais da atividade valorização da floresta em pé e de seus serviços ecossistêmicos.
Além de desenvolver a produção, as tecnologias geradas pela pesquisa científica impulsionaram a economia e contribuem continuamente para melhoria da renda e qualidade de vida das famílias rurais do Acre e outros estados da Amazônia. Essas conquistas envolvem parcerias sólidas e duradouras com instituições públicas e privadas e produtores rurais que acreditaram no poder de transformação da Ciência e ajudaram a assegurar o processo participativo no desenvolvimento e validação de dezenas de tecnologias para o setor produtivo.