Frango de Corte
Alimentos
Autor
Cláudio Bellaver
As rações para frangos, especificamente no Brasil, são formuladas basicamente à base de Milho amarelo moído (8,5% PB) e Farelo de Soja (45% PB). A partir do final da década de 90, com a elevação das exportações da carne de frango e as restrições dos mercados importadores para a utilização de produtos de origem animal nas formulaçoes das rações, as integrações têm optado pela utilização de ingredientes vegetais. Embora exista uma corrente de pensadores defensores das farinhas de origem animal desde que as mesmas sejam produzidas considerando os conceitos das Boas Práticas de Produção (BPP).
Alimentos alternativos
O mercado de insumos apresenta peculiaridades de preços que podem ser conjunturais, estacionais ou localizados em uma dada região. Os ingredientes considerados "alternativos", muitas vezes, acabam tendo um custo maior do que o milho e o farelo de soja. Assim, características como concentração de nutrientes e seu valor econômico têm que ser levadas em consideração toda vez que se pensar em comprar ingredientes. Quando o milho e o farelo de soja aumentam de preço e/ou tornam-se escassos, ficam mais viáveis as dietas com ingredientes alternativos, mas devido às políticas agrícolas do país a disponibilidade de ingredientes alternativos é em geral baixa. Um ponto importante a considerar na busca de ingredientes alternativos é que ao se aumentar a demanda dos mesmos, tendem a aumentar de preço no mercado, e aí passam a perder a vantagem diferencial que teriam pela falta ou aumento de preço dos ingredientes tradicionais (soja e milho). Por isso, sempre que se considerar a alternativa de ingredientes devemos estar atentos à disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade. O trigo e o triticale são cereais de inverno que os produtores de aves devem redobrar a atenção em seus preços, pois a colheita ocorre no final do ano, justamente, na entressafra do milho. O trigo, historicamente, sempre foi destinado ao consumo humano, sendo os subprodutos do seu processamento direcionados à alimentação animal, destacando-se, principalmente, o farelo de trigo e o resíduo de limpeza, erroneamente definido como "triguilho". O triticale é um grão produzido com o destino principal para a produção de rações. Os cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e valor nutricional, enquanto os de triticale são menos variáveis. Entretanto os dois cereais sofrem efeito marcante do ambiente e do clima em que são produzidos. Em geral, o preço limite para compra do trigo e do triticale para uso em rações de frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do milho. O sorgo é um cereal cuja disponibilidade comercial não é alta, mas que apresenta excelente possibilidade de uso na alimentação, desde que incluídos ingredientes com pigmentos carotenóides ou xantofilicos, já que o sorgo diminui a pigmentação da pele, quando de seu uso. Algumas variedades de sorgo podem conter tanino, o qual é indesejável para rações. O sorgo poderá conter menos energia metabolizável que o milho, e seu preço não deve ser superior ao do milho e menos de 90 % deste, poderá ser vantajoso na substituição parcial do milho. As farinhas animais de outras espécies não aviárias, devidamente processadas e de boa qualidade (nutricional e sanitária), podem ser alternativa proteica e fosfórica importante para diminuir o custo de alimentação. A diminuição do custo de produção das rações oscila entre 5 e 12% quando os preços do farelo de soja e milho estão com preços altos no mercado. Análises devem ser solicitadas visando a garantia de qualidade (negativo para salmonela, putrefação, sem rancificação, digestibilidade, etc.).