Frango de Corte
Fibrosos
Autor
Helenice Mazzuco - Embrapa Suínos e Aves
Numa análise proximal tradicional, os carboidratos são caracterizados em relação a dois grupos químicos, fibra bruta (FB) e extrativos não-nitrogenados (ENN). Os primeiros são insolúveis e de baixa digestibilidade os carboidratos enquanto ENN são de alta digestibilidade.
Os alimentos utilizados para compor uma dieta avícola não contêm carboidratos de proporções diferentes de soluções solúveis e insolúveis, mas também estrutura química diversa. Os alimentos fibrosos são assim classificados em função de seu alto teor em fibra bruta. O conteúdo em fibra bruta de um ingrediente é um indicativo de seu valor energético: quanto maior o valor da fibra bruta, mais baixa é a energia disponível (Energia metabolizável) às aves.
A parede celular de alimentos de origem vegetal contém polissacarídeos como celulose, hemicelulose e lignina que são essencialmente de baixa digestibilidade aos monogástricos. Outros polissacarídeos apresentam-se como pentosanas, beta-glucanos, arabinoxilanas e oligassacarídeos. Estes são conhecidos como carboidratos não-amiláceos (PNAs), um termo mais apropriado para a classificação conhecida como “fibra bruta” dos alimentos. Cereais ricos em PNAs são o trigo, cevada, centeio, entre outros. O aproveitamento digestivo das mesmas frações de aves é reduzido à fermentação microbiana, em alguns locais (cedo e intestino grosso do trato). Um excesso reduz a capacidade digestiva das aves e absorção de nutrientes prejudicada.
Enzimas disponíveis no mercado (carboidrases) podem ser adicionadas às dietas que tenham em sua composição, ingredientes ricos em PNAs e auxiliam no aumento da digestibilidade dos nutrientes.
Geralmente, as dietas avícolas à base de milho e soja apresentam um nível de fibra total de 4%. A composição em PNAs dos ingredientes deve ser determinada considerando seu efeito não somente sobre o conteúdo em energia disponível do alimento, mas também quanto à perda de aminoácidos endógenos a nível intestinal.