Estatísticas de Consumo

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Rosangela Zoccal

 

 

Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, o consumo de leite, na forma fluida ou de derivados lácteos, varia de acordo com a idade das pessoas. A recomendação para crianças de até dez anos é de 400 mL/dia, isto é, 146 litros/ano de leite fluido ou equivalente na forma de derivados. Para os jovens de 11 a 19 anos, o consumo é maior, de 700 mL/dia ou 256 litros/ano e para os adultos acima de 20 anos a recomendação é de 600 mL/dia ou 219 litros/ano, inclusive para os idosos, porém o consumo para esse grupo de pessoas deve ser principalmente desnatado.

Admitindo um cenário no País que favoreça o consumo de laticínios, em especial para as populações mais carentes que pouco ou nada consomem, e tomando por base apenas o consumo de 146 litros/ano, o País requer uma disponibilidade anual de 25 bilhões de litros para atender apenas o mercado interno potencial, composto por aproximadamente 175 milhões de pessoas, Se considerarmos um consumo per capita de 600 mL/dia, a disponibilidade anual de leite deveria ser de 38 bilhões de litros, muito além do que produzimos atualmente, como pode-se observar no quadro a seguir. Nota-se que a disponibilidade atual de leite no Brasil ainda não é suficiente para abastecer o mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde.

 

Disponibilidade de leite por habitante no Brasil.

 

Ano

Produção Nacional

(milhões de litros)

Importação

(milhões de litros)

População

(mil hab.)

Disponibilidade

(litros/hab.)

1980

11.162

774

118.562

100,7

1985

12.078

331

131.978

94,0

1990

14.484

906

144.723

106,3

1995

16.474

3.200

155.822

126,3

2000

19.767

1.800

169.799

126,8

2001(1)

20.510

808

172.385

123,1

2002(1)

20.400

1.468

174.632

124,2

 

(1) Houve exportações de leite e derivados de: 2000=32,99, 2001=105,74 e 2002= 184,8 equivalente a milhões de litros de leite.

 

A demanda por leite e derivados pode ser aumentada por diversos fatores, entre eles o aumento de população, crescimento de renda, redução de preços relativos de produtos concorrentes ou substitutos e mudanças nos hábitos alimentares. Na realidade a demanda é alterada por diversos fatores que podem ocorrer simultaneamente.

O consumo de leite no Brasil ainda é muito pequeno e este fato é agravado quando compara com a ingestão de outras bebidas, segundo o que pode ser observado no gráfico que segue:

Pode-se detectar que o brasileiro médio consome 89% e 41% a mais de refrigerantes e cerveja, respectivamente, quando comparados com a ingestão de leite fluido. Estes resultados são agravados quando se comparam os gastos oriundos do consumo de diversas bebidas. Neste caso, tem-se que o brasileiro médio gasta 144% e 137% a mais com refrigerantes e cerveja, respectivamente, quando comparados aos gastos com o consumo de leite fluido.