Resíduos

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Maria Aparecida Brito

José Renaldi Brito

Edna Froeder Arcuri - Embrapa Gado de Leite

Carla Christine Lange - Embrapa Gado de Leite

Marcio Roberto Silva - Embrapa Gado de Leite

Guilherme Nunes de Souza - Embrapa Gado de Leite

 

 

O leite pode conter resíduos de substâncias administradas aos animais ou usadas no meio ambiente da fazenda, incluindo antibióticos, desinfetantes e pesticidas. Antibióticos podem ser detectados no leite após serem administrados pelas vias intramamária, intramuscular, intra-uterina, oral e subcutânea. Os antibióticos são comumente usados para tratar mastite e outras infecções das vacas leiteiras.

As principais razões por que os produtores, a indústria, autoridades de saúde pública e consumidores se preocupam com os resíduos de antibióticos no leite são:

  1. Uma pequena porcentagem de consumidores apresenta reação alérgica à penicilina, mesmo para as pequenas quantidades que podem aparecer no leite como resíduos;
  2. Alguns (nitrofuranos e sulfametazina) desenvolvem tumores malignos em animais de laboratório, havendo o potencial para causar o mesmo efeito no homem. O cloranfenicol pode causar efeitos adversos sobre a medula óssea, causando anemia aplástica em indivíduos susceptíveis, independente da dose;
  3. Os resíduos de antibióticos poderiam atuar sobre as bactérias do ambiente e/ou presentes nos animais, selecionando amostras resistentes, o que pode prejudicar o tratamento;
  4. Pequenas concentrações de antibióticos podem inibir as espécies de bactérias usadas nos produtos lácteos fermentados, e o leite não poderá ser usado para o processamento posteriormente.

A atividade dos antibióticos não é, geralmente, afetada pela pasteurização. Portanto, é importante que uma série de cuidados sejam tomados quando se administram antibióticos às vacas em lactação para que o leite contendo resíduos não seja comercializado. Alguns pontos principais são:

(1) Ler com atenção as instruções contidas nas bulas dos antibióticos e segui-las cuidadosamente;

(2) Ordenhar as vacas tratadas por último;

(3) Descartar o leite dos quatro quartos mamários, pois o antibiótico aplicado em um quarto é absorvido pela corrente sangüínea e secretado no leite dos quartos não tratados;

(4) Respeitar rigorosamente o prazo de retirada do leite do consumo para cada produto utilizado. Esse prazo varia de acordo com o produto. Antimicrobianos que não trazem essa informação não devem ser usados para tratamento de vacas em lactação.