Manejo

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Limírio de Almeida Carvalho

Luciano Patto Novaes

Aloísio Teixeira Gomes

João Eustáquio Cabral de Miranda - Embrapa Gado de Leite

Antônio Cândido Cerqueira Leite Ribeiro - Embrapa Gado de Leite

 

 

Manejo da novilha apta à reprodução

As novilhas consideradas aptas à reprodução devem ser colocadas junto às vacas em lactação, para facilitar a detecção de cio. A alimentação neste período é muito importante, pois se as novilhas perderem peso (baixarem a condição corporal), elas podem parar de apresentar cio. Nessa fase, os animais devem estar ganhando peso de 400 a 600 g/dia. Atenção especial deve ser dada para evitar os efeitos da dominância das vacas sobre as novilhas, o que poderá prejudicar o consumo de alimentos pelas últimas. Deve-se propiciar área de cocho suficiente para que todas possam comer com tranqüilidade.

 

Manejo da novilha gestante

As novilhas diagnosticadas gestantes devem ser manejadas junto às vacas secas ou com as outras novilhas, recebendo a mesma alimentação. Durante os três últimos meses de gestação, quando ocorre o maior crescimento do feto, as novilhas gestantes podem necessitar de um suprimento extra de nutrientes para manter a condição corporal adequada e garantir o crescimento do feto e o seu próprio.

Admitindo que as novilhas de raças grandes sejam cobertas com 340 kg, e que o peso ao parto deva ser de 500 a 550 kg, conclui-se que elas terão de ganhar entre 700 e 800 g de peso por dia. Para as novilhas mestiças, o peso vivo ao primeiro parto deverá ser de 450 a 500 kg. Para tanto, elas deverão ganhar 450 a 600 g por dia, durante a gestação. Vale ressaltar que nesta fase são toleráveis planos de alimentação que permitam ganhos de peso superiores a 1 kg por dia, necessários para a recuperação de animais que, por algum motivo, encontram-se com peso abaixo do ideal. A quantidade de concentrado oferecida dependerá, basicamente, da qualidade do volumoso disponível. Animais recebendo volumoso de excelente qualidade (acima de 60% de NDT – Nutrientes Digestíveis Totais, na MS – matéria Seca) podem receber de 0,9 a 1,8 kg/animal/dia de concentrado. Se o volumoso for de baixa qualidade (inferior a 60% de NDT, na MS), a quantidade de concentrado oferecida deverá ser maior, de 1,8 a 2,7 kg/animal/dia.

 

Manejo da novilha antes do parto

A novilha deve ser levada para a rotina de manejo, alimentação e instalação das vacas em lactação, três a quatro semanas antes do parto previsto permitirá que ela se ambiente com o tipo e quantidade da nova dieta, antes do estresse do parto. É importante treinar a novilha para sua primeira lactação, com atenção e paciência. Uma vez em lactação, deve-se massagear o úbere para facilitar a descida do leite e, no caso de ordenha mecânica, remover as teteiras assim que o leite parar de fluir.

As novilhas devem parir em boas condições corporais (escore 3,5 a 3,8). Aquelas parindo abaixo do peso ideal apresentam, normalmente, dificuldades ao parto, nascimento de bezerros leves e/ou com defeitos físicos, menor quantidade e pior qualidade do colostro, período de serviço mais longo e menor produção de leite na lactação. Aquelas que parem obesas, além de aumentarem o custo, apresentam maiores dificuldades no momento do parto. É importante evitar, nesta fase, altos consumos de silagem de milho. Se as vacas em lactação estiverem recebendo nitrogênio não-protéico (uréia, por exemplo) em sua dieta, as novilhas também deverão passar a recebê-lo neste período, permitindo que se adaptem a este alimento.

Após o parto, as novilhas vão exigir nutrientes para a produção de leite, para mantença e crescimento, e para voltarem à atividade reprodutiva. Vacas de primeira lactação mal alimentadas, principalmente nos dois primeiros meses pós-parto, têm sua produção de leite reduzida, o que pode acarretar erro ao se fazer descartes, além de apresentarem período de serviço maior. Convém ressaltar que as vacas mais velhas e as novilhas mais pesadas podem competir com as mais jovens e mais leves no consumo de alimentos. Portanto, há de se propiciar área suficiente de cocho ou manter o alimento à disposição dos animais durante as 24 horas, para minimizar os efeitos desta competição.