Produção Artesanal

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Adaílton Oliveira Sampaio

José Ladeira da Costa

Carlos Eugênio Martins - Embrapa Gado de Leite

 

 

A seguir são descritos os passos para a produção pelo processo artesanal, por estar ao alcance da maioria dos produtores.

 

Colheita do mandiocal

Deve-se observar, como fatores mais importantes, a idade da planta (ciclo), sua riqueza em amido e baixo teor de fibra, lembrando-se que a mandioca possibilita uma certa flexibilidade quanto à época de colheita.

 

Transporte do material colhido

Deve-se transportar a mandioca até o local a ser preparada a raspa, após a remoção do excesso de terra. Uma vez colhidas, as raízes devem ser mantidas à sombra, em local fresco e ventilado. Devem ser processadas em dois ou três dias, para evitar-se a deterioração.

 

Lavagem da raiz (opcional)

Dependendo do local e da época de colheita, a mandioca poderá ser lavada ou não. Essa operação pode se realizar submergindo-se as raízes num tanque com água ou usando jatos de água sob pressão.

A lavagem e a eliminação da película externa, juntamente com a terra, resulta em um produto de melhor qualidade e aspecto.

 

Picagem da mandioca

A qualidade da raspa dependerá do tamanho dos pedaços ou fragmentos produzidos: se muito pequenos, forma-se uma papa semelhante à massa ralada, de difícil secagem; se, ao contrário, os pedaços ou fatias forem muito grandes ou espessos, isso dificultará a secagem.

Deve-se picar ou cortar as raízes em pedaços, fatias ou rodelas finas, com no máximo um centímetro de espessura. A operação de corte pode ser efetuada manualmente, com facão, picadeira de forragem ou raspadeira de mandioca.

O uso de raspadeira permite bom rendimento e uniformidade dos pedaços, facilitando a secagem.

 

Secagem da raspa

A secagem pelo processo natural é realizada em terreiros de piso de tijolo, cimento ou chão batido.

Procedimentos de secagem:

- Distribuir a raspa de mandioca no terreiro. A carga inicial indicada é de 5 a 10 kg de raspa para cada m2 de terreiro.

- Esparramar uniformemente o material em camada fina (5 cm), empregando um rastelo ou rodo de madeira.

- Revirar o material. Deve-se revirar o material expondo as partes mais úmidas, com o uso de rastelo, em intervalos de duas a três horas.

- Amontoar o material em avançado estádio de secagem, à tarde. Pode-se utilizar rodos largos de madeira e cobrir o material com lona plástica, para proteção contra chuva ou orvalho.

- Espalhar o material em camadas uniformes, na manhã seguinte. A espessura das camadas pode ser aumentada à medida que a raspa perde umidade.

- Recolher a raspa de mandioca após completar a secagem (menos de 15% de umidade). Este ponto é determinado de forma prática, quando, tomando-se um pedaço de raspa, este riscar como se fosse giz. O tempo de secagem varia de 2 a 4 dias, dependendo basicamente das condições do tempo e dos procedimentos adotados.

 

Armazenamento da raspa de mandioca

A raspa deve ser guardada em sacos, em local sombreado, seco e protegido contra ratos, até  sua utilização.

Os fatores que influenciam o processo de secagem natural podem ser agrupados em três categorias:

a) inerentes à matéria-prima (o conteúdo de umidade da raiz da mandioca varia de 60% a 70%).

b) fatores climáticos (temperatura e umidade relativa do ar, radiação, velocidade do vento e precipitação).

c) inerentes ao processo (tamanho e espessura das raspas, carga ou quantidade de raspa por área de Terreiro, e freqüência e eficiência do revolvimento).

A ocorrência de chuvas ou de umidade elevada pode retardar a secagem, causando deterioração e prejuízo à qualidade da raspa. Para maior eficiência, a raspa de mandioca deve ser produzida em períodos de tempo firme