Proteção Contra Raios

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Aloísio Torres de Campos

 

 

A descarga atmosférica, popularmente conhecida como raio ou faísca, é considerada como um dos principais fenômenos destrutivos da natureza. Sua descarga elétrica pode chegar a mais de 100.000 Ampères (A) e a vários milhões de Volts (V) com duração instantânea de menos de um segundo. A formação de cargas nas nuvens, e sua conseqüente descarga (raio) ao solo, é um fenômeno normal e natural que assola a terra e aflige a humanidade. Segundo dados estatísticos, o Brasil é um dos países com maior incidência desse fenômeno. A ação e o efeito do raio podem causar diversos danos, provocando a morte de milhares de pessoas e animais, prejuízos materiais em máquinas, equipamentos, edificações, redes de transmissão e de distribuição de energia elétrica, destruição de linhas telefônicas e ainda são responsáveis por grande parte dos incêndios florestais. Apesar de todos os esforços, não se consegue evitar que um raio caia sobre determinado local. No entanto, todos os cuidados são para orientá-lo na sua queda, obrigando-o a seguir uma trajetória prédeterminada para a terra, por meio de pára-raios e seus componentes.

 

Onde há maior incidência de raios

Os raios procuram sempre encontrar o menor caminho de resistência elétrica entre a nuvem carregada e a terra para se difundirem. Por isso, eles incidem, geralmente, nos pontos mais altos, tais como: topo de morros e montanhas, torres de transmissão de energia elétrica, árvores altas, torres de igreja, edifícios, ponta de pára-raios, casas, antenas de TV (principalmente aquelas instaladas no topo de morros), caixas d’água elevadas, silos metálicos, secadores verticais, etc. Dentro de um carro, por exemplo, as pessoas estão protegidas, pois além de existir isolamento em relação ao solo, não há condições de acúmulo exagerado de cargas elétricas na parte metálica.

 

Acidentes com pessoas e animais

Ao atingir a superfície do solo, a corrente da descarga se difunde radialmente. Assim, uma pessoa ou animal não precisam necessariamente ser diretamente atingidos por um raio para ocorrer acidente. As correntes superficiais são elevadas e provocam tensão entre os pés da pessoa ou animal, ocasionando uma corrente que pode levar à morte. Os animais, por possuírem uma distância maior entre as patas, estão sujeitos a uma tensão de passo maior e, portanto, são mais susceptíveis a acidentes fatais. A tensão de passo entre as patas dianteiras e traseiras do bovino é maior que a do homem, e com o agravante do seu coração estar no trajeto da corrente de choque. Além disso, o raio cai durante uma tempestade e a chuva deixa o solo molhado. Deste modo, as patas do boi ficam enterradas, produzindo bom contato com a terra, isto é, um bom aterramento. Assim, com a mesma tensão de passo, a corrente de choque é maior nesses animais. Após uma tempestade com trovoada, é comum a morte de animais, principalmente a do gado criado a campo e que se abriga sob árvores. Árvore alta e isolada em uma pastagem é um verdadeiro pára-raios natural. Como a árvore é alta e forma um caminho condutor à terra, há maior probabilidade de ocorrência de raios sobre ela.

 

Precauções no caso de tempestades

Dentro de casa:

  1. Não tome banho durante as tempestades.
  2. Não use chuveiro ou torneira elétrica.
  3. Evite contato com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais como fogões, geladeiras, torneiras e canos.
  4. Evite ligar aparelhos e motores elétricos, para não queimar os equipamentos.
  5. Afaste-se das tomadas e evite usar o telefone. 
  6. Desconecte das tomadas os aparelhos eletrônicos, tais como televisão, som, computador, etc. 
  7. Permaneça dentro de casa até a tempestade terminar. 
  8. Desligue os fios de antenas dos aparelhos.

Fora de casa:

  1. Evite contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefônicas, redes de energia elétrica e qualquer objeto ou estrutura metálica.
  2. Afaste-se dos seguintes locais:
  • tratores e outras máquinas agrícolas;
  • motocicletas, bicicletas e carroças;
  • campos abertos, pastos, campos de futebol, piscinas, lagos, lagoas, praias, árvores isoladas, postes, mastros e locais elevados;
  • permaneça dentro do seu veículo, caso ele tenha teto de estrutura metálica.

 

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