Controle da Mastite

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Antônio Cândido Cerqueira Leite Ribeiro - Embrapa Gado de Leite

John Furlong

 

 

A mastite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Os agentes mais comuns causadores de mastites são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes de importância causadores de mastites são os coliformes.

É preciso trabalhar preventivamente no controle de mastite pois é uma doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença de manejo. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices desta doença se elevam, significa que uma ou mais ações dentro do manejo estão sendo executadas de forma inadequada. Vale ressaltar que as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer dos animais em lactação.

Dentro deste manejo da propriedade deve-se levar em consideração todo o processo realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, vêm para a ordenha e voltam para o pasto.

Não importando se a forma de ordenha é manual ou mecânica, deve ser observada a condução de todo o processo pois um dos grandes causadores de mastite é quando a própria ordenha não é bem conduzida. Na ordenha mecânica, os equipamentos devem ter manutenção como recomendada pelos fabricantes, fazendo-se as trocas de peças e borrachas quando necessário. O nível de vácuo, tem que estar de acordo com o recomendado, uma vez que tanto o excesso como a diminuição deste vácuo são fatores predisponentes para o aparecimento de mastites. Estes são exemplos do que pode facilitar a instalação de mastites.

Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mastite. O CMT (California Mastitis Test) é um teste que pode ser realizado na sala de ordenha, e é muito prático, devendo porém ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas CCS é um exame laboratorial que é usado para o diagnóstico da mastite. Estes dois meios de diagnóstico são utilizados para diagnosticar a mastite subclínica. Esta doença ocorre com certa freqüência nos rebanhos. É a mastite que não se pode enxergar, porem ela é a precursora da mastite clínica. A mastite clínica é aquela que se pode enxergar.

Outro teste que pode ser auxiliar no diagnóstico da mastite é a cultura bacteriana. Toma-se uma porção do leite afetado e faz-se uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o agente causador da mastite.

O teste prático mais eficiente é o teste da caneca telada ou de fundo escuro. Este é o teste que se deve fazer a cada ordenha. Ele detecta a mastite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando a mastite clínica aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada onde os grumos serão visualizados com mais facilidade. Devido ao contraste do fundo da caneca com os próprios grumos, estes ficam mais aparentes, neste caso está-se diante de uma mastite clínica.

No caso de mastite clínica, o animal deve ser retirado do recinto e ser ordenhado mais tarde após os animais sadios. Dependendo da gravidade da mastite o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha para não contaminar o ambiente. Se a mastite for crônica o animal deve ser descartado.

No caso de controle adequado da mastite, pode-se utilizar a linha de ordenha, na qual primeiramente são ordenhadas as vacas sadias, depois as que já tiveram mastite e foram curadas e no final aquelas que estão com mastite e em tratamento.

O tratamento das vacas com mastite varia de acordo com o caso apresentado. Em geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas, em torno de quatro, no período do dia e se for o caso de necessidade de medicamento, tratar somente após a ultima ordenha do dia.

As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existem no mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. É bom lembrar que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar mastites comuns, pois eles são próprios para a prevenção da doença no período seco.