Agronegócio do Leite
Cruzamento Alternado com Repetição
Autores
Roberto Luiz Teodoro
Rui da Silva Verneque - Embrapa Gado de Leite
Mário Luiz Martinez
Nilson Milagres Teixeira
Ary Ferreira de Freitas
Cláudio Nápolis Costa - Embrapa Gado de Leite
No caso do (E-E-Z), repete-se uma raça européia por duas gerações seguidas, obtendo-se animais com aproximadamente 7/8 Europeu + 1/8 Zebu e retorna com a outra, no caso a Zebu.
No caso do (E-E-E-Z), repete-se o touro europeu por três vezes obtendo-se animais com até 15/16 (E) + 1/16 Z, e retorna com touro Zebu, podendo ser um esquema bom se as condições de manejo e alimentação forem satisfatórias. Neste sistema, a Holandesa é a raça européia mais utilizada, transformando o esquema em (H-H-Z) ou (H-H-H-Z), sendo este último utilizado no Sistema Intensivo de Produção de Leite a Pasto da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco – MG, que funciona com bons resultados desde 1977. Na prática, esse esquema funciona da seguinte maneira: as fêmeas F1 são cruzadas com touro Holandês por duas gerações seguidas, obtendo-se 3/4 HZ e depois o 7/8 HZ. Depois, utiliza-se touro Zebu (Gir ou Guzerá) para cruzar as vacas 7/8 HZ voltando o gado para próximo do meio-sangue. Os produtores de melhor nível tecnológico podem utilizar touro Holandês por três gerações seguidas até obtenção de 15/16 HZ, quando então deve utilizar um touro Zebu para voltar o gado. Assim como o touro Holandês, recomenda-se também utilizar touro Zebu provado para leite, Gir ou Guzerá, para obtenção de melhores animais cruzados.
Ao se cruzar vacas 7/8 HZ ou 15/16 HZ com touro Zebu, voltando o gado para próximo do meio-sangue, podem ocorrer casos de vacas com lactação curta ou que não desçam o leite sem o bezerro ao pé. Neste caso, o produtor deverá fazer alguma seleção para eliminar do rebanho as fêmeas com lactação curta (por exemplo, vacas com lactação menor que 250 dias deverão ser descartadas) ou que não se adaptem à ordenha mecânica (não dá leite sem o bezerro). Também, novilhas de primeira cria com lactação baixa (por exemplo, abaixo de 1.800 litros/lactação) devem ser descartadas. Isso permite um melhoramento genético do rebanho, aumentando a produtividade média da fazenda.
Um problema que ocorre nesse sistema é a falta de padronização racial no rebanho, havendo vacas mais azebuadas e outras mais holandesadas, o que dificulta as práticas de manejo, principalmente no que tange ao controle de parasitas externos (ectoparasitas), ao estresse de calor, ao manejo de ordenha com ou sem bezerro etc.