Inseminação Artificial

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Ademir de Moraes Ferreira

Wanderley Ferreira de Sá

João Henrique Moreira Viana - Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Luiz Sérgio Almeida Camargo - Embrapa Gado de Leite

 

 

É um processo de reprodução em que o sêmen é colocado no útero da vaca em cio pelo homem, usando equipamentos especiais, visando à sua fecundação.

As vacas, para serem inseminadas, devem estar bem nutridas, saudáveis e sem problemas de reprodução. O sucesso da inseminação artificial depende também do máximo cuidado de higiene.

Quando a vaca aparece em cio pela manhã, deve ser inseminada à tarde, e quando aparece em cio à tarde, deve ser inseminada na manhã do dia seguinte. O melhor momento para se fazer a inseminação é quando a fêmea não monta mais nas companheiras do rebanho, e não se deixa montar nem mesmo pelo rufião.

A vaca não deve ser inseminada até uma hora após a ordenha, e a inseminação artificial deve ser feita em brete coberto.

Vantagens da inseminação artificial

o        Possibilita o uso de sêmen de touros provados.

o        Economiza na manutenção do rebanho pela ausência do reprodutor na propriedade.

o        Possibilita baixo investimento em relação à aquisição de um bom reprodutor.

o        Evita a transmissão de doenças pelo touro.

o        Valoriza o rebanho pela qualidade dos animais.

o        Permite o cruzamento alternado de raças diferentes.

o        Possibilita a melhoria de certos caracteres desejáveis.

o        Facilita anotações e registros.

o        Estimula o produtor a aprimorar o manejo do rebanho.

Limitações da inseminação artificial

o        Necessita de pessoal habilitado.

o        Necessita de assistência técnica periódica por técnico especializado.

o        Acarreta maior perda de cios.

o        Aumenta gastos com mão-de-obra e equipamentos (botijão, pipeta, luvas etc.).

o        Acarreta gastos com reabastecimento periódico de nitrogênio.

Procedimentos para a Inseminação Artificial

o        Selecionar as fêmeas para inseminação artificial. Todas as fêmeas do rebanho em idade de reprodução devem ser submetidas a exame ginecológico, para selecionar os animais aptos para o programa.

o        Identificar a vaca em cio. Consulte a ficha da vaca e verifique:

Þ se está parida há mais de 45 dias.

Þ se os cios têm intervalos normais (18 a 24 dias).

Þ se não foi inseminada mais de três vezes.

Caso essas condições estejam atendidas, insemine; caso contrário, comunicar ao médico  veterinário.

o        Conduzir a vaca em cio para o local da inseminação artificial.

o        Higienizar a vulva da vaca. A vulva deve ser limpa com papel-toalha ou higiênico. Estando muito suja, lavar com água e enxugar com papel-toalha ou higiênico.

o        Examinar o aspecto do muco uterino. O muco normal é límpido e cristalino, semelhante à clara de ovo. Havendo presença de pus, não insemine. A vaca estando em condições, insemine.

Separar o material a ser utilizado

§         Botijão de nitrogênio com sêmen.

§         Bainha de plástico.

§         Aplicador universal.

§         Luvas de plástico.

§         Papel higiênico ou toalha.

§         Tesoura e pinça hemostática.

§         Recipiente para água, termômetro e aquecedor.

§         Abrir a tampa do botijão e localizar o sêmen a ser usado.

§         Levantar o caneco (canister) até o nível do gargalo. O caneco pode ser mantido nesta posição no máximo até dez segundos.

§         Suspender o copinho, pinçando a palheta, que contém o sêmen escolhido.

§         Fechar o botijão de nitrogênio.

§         Descongelar o sêmen. A palheta que contém o sêmen é descongelada em água a 35oC por 15 a 20 segundos.

§         Enxaguar a palheta com papel toalha ou higiênico e confirmar se a palheta é do touro desejado.

§         Montar o aplicador de sêmen.

§         Cortar a ponta da palheta em ângulo reto, com uma tesoura.

§         Montar a palheta na bainha de plástico.

§         Encaixar o aplicador universal na bainha.

Inseminar a vaca

o        Levar o aplicador de sêmen na boca, até o local de inseminação, mantendo as mãos livres. O aplicador não deve tocar no tronco, na vaca ou em outro objeto. O inseminador deve estar com as mãos livres para abrir a porta do tronco, calçar as luvas e outras operações necessárias.

o        Colocar a luva de plástico para inseminar.

o        Introduzir a mão e o braço com luva no reto da vaca. Caso as fezes existentes no reto estejam atrapalhando a manipulação da cérvix, devem ser retiradas.

o        Limpar bem a vulva com papel toalha ou higiênico. Caso esteja muito suja, lavar com água e, depois, enxugar com papel-toalha ou higiênico.

o        Abrir os lábios da vulva, de preferência com a ajuda de um auxiliar.

o        Introduzir suavemente o aplicador na vagina da vaca até próximo ao fundo do saco vaginal. Quando da introdução, a ponta do aplicador não deve ser direcionada para baixo, pelo risco de atingir o meato urinário.

o        Localizar e fixar a cérvix com a mão introduzida no reto.

o        Trazer a ponta do aplicador para o orifício de entrada da cérvix, usando o dedo polegar como orientador.

o        Introduzir a pipeta através da cérvix. Com a mão que fixa a cérvix avançar a pipeta promovendo delicados movimentos. A pipeta deve ser pressionada levemente apenas para não retroceder. A operação Termina quando todos os anéis da cérvix são ultrapassados, o que é conferido pelo toque do dedo indicador.

o        Observação: a passagem da pipeta não deve ser forçada.

o        Pressionar o êmbolo do aplicador para depositar lentamente o sêmen após o último anel.

o        Retirar lentamente o aplicador e o braço do reto.

o        Observação: não deve permanecer sêmen na palheta. A bainha de plástico utilizada deve ser envolvida com a luva e jogada na lata de lixo.

o        Fazer uma leve massagem no clitóris durante 10 segundos.

o        Soltar a vaca evitando possíveis estresses (longa caminhada, corrida, pancada, sol etc.)

Depois da inseminação, lavar, desinfetar e guardar o material em local apropriado e anotar na ficha de controle reprodutivo: a data da inseminação, nome e número do reprodutor, inseminador e quaisquer anormalidades.

Observação: o nível de nitrogênio no botijão de sêmen deve ser verificado periodicamente.