Ovinos de Corte
A campo - Campos Sulinos
Autores
José Carlos Ferrugem Moraes - Embrapa Pecuária Sul
Carlos José Hoff de Souza - Embrapa Pecuária Sul
A atividade reprodutiva dos ovinos é sazonal nas regiões mais afastadas da linha equatorial. As ovelhas apresentam comportamento poliestral com ovulações de janeiro até agosto no Rio Grande do Sul, onde as principais raças foram acompanhadas com cuidado. Este comportamento estacional deve-se a um mecanismo endócrino, que interpreta as variações no ambiente, especialmente o número de horas de luz do dia e ajusta as condições fisiológicas dos animais para a manifestação de cios durante o outono.
Esta sazonalidade reprodutiva facilita ajustes dos sistemas de produção de ovinos à também estacional produção de forragem, viabilizando uma maior concentração de partos de julho a outubro. Respeitado o período de cobrições mencionado, a escolha do momento dos partos está em função da disponibilidade de alimentação em cada propriedade, do manejo sanitário, da época da tosquia, do desmame, da idade dos animais nos rebanhos e das raças e cruzamentos utilizados.
Com a finalidade de identificar qual a melhor época de acasalamento para as raças Corriedale e Romney Marsh no Rio Grande do Sul, foram realizados estudos sobre sistemas de produção. Na estação reprodutiva tradicional foram consideradas três épocas (janeiro-fevereiro, março-abril e abril-maio), tendo sido mais favorável, em percentual de cordeiros desmamados, o acasalamento de final de outono (abril-maio). Os atuais sistemas de criação, voltados para a produção de carne têm o desafio de reduzir a estacionalidade de oferta de cordeiros para o abate, determinada pela estacionalidade reprodutiva. A reprodução em épocas não tradicionais pode ser obtida com o emprego de técnicas simples, praticamente sem uso de insumos, como o efeito macho; e de tecnologias mais sofisticadas, como a indução de ovulação e sincronização de cios com gestágenos e gonadotrofina coriônica equina. No entanto, o rompimento da estacionalidade de oferta de carne ovina pode ser alcançado mais pela organização dos produtores do que pelo uso de tecnologia intensiva, onde os aspectos de custo/benefício e sustentabilidade devem ser considerados antes da introdução de novas tecnologias.