Doenças

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

José Edmar Urano de Carvalho - Embrapa Amazônia Oriental

Maria do Socorro Padilha de Oliveira - Embrapa Amazônia Oriental

João Tomé de Farias Neto - Embrapa Amazônia Oriental

Walnice Maria Oliveira do Nascimento - Embrapa Amazônia Oriental

 

Alguns microrganismos (especialmente, fungos e bactérias) podem ocasionar problemas ao açaizeiro, principalmente, em mudas enviveiradas. Fungos, como é o caso da antracnose (Colletotrichum gloeosporoides), do carvão (Curvularia sp) e da helmintosporiose (Drechslera sp), têm sido registrados em viveiros de produção de mudas. O primeiro é o mais frequente, causando perdas de até 70% de mudas (Figura 1). A ocorrência de doenças está muito relacionada com a condição de manejo, especialmente em plantas mal nutridas, em locais com excesso de água nas mudas ou em viveiro com encharcamento e mudas muito adensadas.

Foto: Walnice Maria Oliveira do Nascimento  
  
Figura 1. Folíolos de açaizeiro com sintomas de antracnose. 

 

Para o controle da antracnose, as mudas e plantas jovens devem ser mantidas com a adubação em dia e bem espaçadas, para permitir uma boa ventilação, especialmente no viveiro, afastadas uma das outras em pelo menos 10 cm. Caso esse procedimento não resolva, fazer pulverizações com os seguintes fungicidas: ziram ou captam ou thiram a 0,2% do produto comercial, em intervalos quinzenais. No entanto, tais produtos ainda não foram registrados no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para uso no açaizeiro. Fungicidas à base de cobre não devem ser recomendados, pois podem causar fitotoxidez. Nas demais, recomenda-se um bom manejo: mudas adubadas, bem arejadas, evitando excesso de umidade.

Alguns distúrbios, provavelmente de origem fisiológica, têm sido constatados em açaizeiros, como a rachadura do estipe e dificuldade na abertura da inflorescência, com aspecto pendente, no início do ciclo produtivo. A rachadura caracteriza-se por uma ou mais fendas longitudinais que surgem nos estipes de comprimento em torno de 0,70 m, as quais se prolongam com o passar do tempo. Essas rachaduras servem de entrada para fungos saprofíticos, que ocasionam o apodrecimento e o tombamento do estipe. No caso do ramo florífero, tanto espatas recém-lançadas como próximas da abertura podem apresentar um aspecto de enfraquecimento no pedúnculo e no ráquis da inflorescência, ficando pendente. Em ambos os casos, o ramo florífero fica comprometido e a frutificação não ocorre. Deve-se então, eliminar os ramos floríferos que apresentarem esses sintomas e fazer uma boa irrigação e adubação. 

Sintomas frequentes, de encurtamento e enrugamento de folhas e folíolos, observados em plantas jovens e adultas não estão associados às doenças e sim relacionados com deficiência nutricional, principalmente de boro, e devem ser corrigidos com a aplicação de adubo (bórax) na dosagem recomendada no rótulo do produto.