Propagação assexuada

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

João Tomé de Farias Neto - Embrapa Amazônia Oriental

Maria do Socorro Padilha de Oliveira - Embrapa Amazônia Oriental

José Edmar Urano de Carvalho - Embrapa Amazônia Oriental

Walnice Maria Oliveira do Nascimento - Embrapa Amazônia Oriental

 

Em virtude da variabilidade genética existente nas populações naturais de açaizeiro, altos ganhos genéticos para produtividade poderão ser aferidos por meio de técnicas de melhoramento genético. Para tanto, a propagação vegetativa torna-se uma ferramenta valiosa ao visar à obtenção futura de plantios mais uniformes e de alta produtividade, além da produção de sementes melhoradas em pomares de sementes clonais. Graças à capacidade de perfilhamento da espécie, o método de propagação assexuada que oferece resultados mais promissores é o de propagação por meio de perfilhos. Entretanto, esse método demanda mão de obra e é bastante demorado. Em virtude dos baixos índices de sobrevivência dos perfilhos em campo, até o momento, essa técnica não é indicada para produção de mudas em escala comercial. A quantidade dessas brotações depende do genótipo e do ambiente. Elas surgem, inicialmente, na base do estipe principal e, posteriormente, na dos estipes secundários. Contudo, algumas plantas, independentemente do ambiente, não exibem a capacidade de emitir brotações e apresentam estipe solitário.

Informações técnicas sobre o manejo e preparo de perfilhos para enraizamento de açaizeiro ainda são escassas. Em trabalhos com esta espécie, os relatos de preparo e manejo de perfilhos não são bem detalhados. Sabe-se que, desde o momento da extração, condução de perfilhos em ambiente de enraizamento até o plantio, existem fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam o enraizamento e a sobrevivência da planta. Dificuldades são encontradas na escolha de material vegetativo, haja vista a inexistência de um padrão de altura e diâmetro. Além disso, fatores como genótipo, ambiente, idade e fertilidade do solo influenciam no número de emissões de perfilhos. Experimentos com enraizamento de perfilhos de açaizeiro, utilizando diferentes matrizes e dois diâmetros do coleto, identificaram porcentagem de enraizamento variando de 30% a 60% para perfilhos com diâmetro do coleto maior que 2 cm (Figura 1). 

Foto:Walnice Maria Oliveira do Nascimento  
  
Figura 1. Perfilho do açaizeiro após enraizamento em viveiro.

 

Outra forma de propagação assexuada que vem sendo investigada envolve o processo in vitro, apresentando algum sucesso com a utilização de embriões zigóticos. Porém, ainda não se dispõe de protocolos que possibilitem a obtenção de plântulas por meio da cultura de tecidos somáticos.