Controle do mato

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Walnice Maria Oliveira do Nascimento - Embrapa Amazônia Oriental

João Tomé de Farias Neto - Embrapa Amazônia Oriental

Maria do Socorro Padilha de Oliveira - Embrapa Amazônia Oriental

José Edmar Urano de Carvalho - Embrapa Amazônia Oriental

 

Há vários métodos de controle de plantas invasoras: o preventivo, o manual, o mecânico, o físico, o químico e o integrado (associação de dois ou mais métodos). No preventivo, devem-se realizar práticas para evitar o espalhamento de sementes das plantas invasoras (limpeza de tratores,  máquinas e demais implementos agrícolas; usar esterco ou matéria orgânica curtidos; usar mudas isentas de plantas invasoras; eliminar as plantas invasoras indesejáveis). No método manual, são realizadas capinas, roçagens, coroamento e arranquios nas áreas onde ocorrem as invasoras. No mecânico, usa-se roçadeira rotativa ou grade acoplada ao trator, ou roçadeira costal motorizada. Esse método é indicado no controle das invasoras de reprodução sexuada, sempre no início da produção de sementes. No método físico, realiza-se a cobertura do solo por meio de cobertura morta (serragem, casca de arroz ou outros materiais orgânicos curtidos colocados ao redor da touceira, ocupando a área de projeção da copa da planta, mas deve-se evitar capim seco) ou viva (plantando leguminosas nas entrelinhas). No método químico, utilizam-se herbicidas específicos para plantas invasoras de folhas largas e estreitas. Recomenda-se seguir as especificações existentes no rótulo da embalagem, sendo aplicado em dias sem chuva e nos horários mais amenos (início da manhã ou final da tarde). Na aplicação de herbicidas no período chuvoso, deve-se utilizar espalhante adesivo.

No primeiro ano de plantio, o controle do mato deve ser realizado por roçagem mecânica com trator, nas entrelinhas, e manual, com enxadas, dentro das linhas. A partir do segundo ano, o controle do mato dentro das linhas de plantio deve ser efetuado com a aplicação de herbicidas à base de glifosato. Geralmente, essas práticas são feitas no início do período chuvoso para facilitar a aplicação dos adubos. No cultivo solteiro, o espaçamento usado permite que o captel de folhas, a partir do terceiro ano, produza sombreamento no solo reduzindo a agressividade do mato cujo controle, nesse caso, deve ser feito apenas com roçagens anuais. Durante o período seco, é comum o emprego de gradagem nas entrelinhas, como forma de evitar a entrada de fogo.

Na Embrapa Amazônia Oriental, tem-se usado o controle integrado associado ao controle mecânico (capinas ou roçagens e coroamento) x controle químico (herbicidas) x controle cultural (cobertura morta ou viva). Por esse procedimento, nos três primeiros anos após a implantação da cultura do açaizeiro solteiro, são necessárias três a quatro roçagens por ano e a mesma quantidade de coroamento, feitos em volta das touceiras. Essa última operação pode ser efetuada com herbicidas à base de glifosato ou paraquat. O glifosato tem a vantagem de não provocar danos à planta de açaizeiro, nas dosagens indicadas no rótulo do produto para o controle de plantas daninhas. Convém ressaltar, porém, que esses produtos ainda não foram registrados para uso na cultura do açaizeiro.

Recomenda-se colocar, nos coroamentos, cobertura morta (serragem curtida, engaço de dendê, casca de arroz curtida ou outro material disponível na propriedade, com exceção do resto de capim seco oriundo de plantas invasoras, pois ocasionará o aparecimento de novas plantas daninhas e dificultará o controle do mato) ou viva (de preferência leguminosas).