Clima

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Flavio Gilberto Herter - Consultor autônomo

Luis Antônio Suita de Castro - Embrapa Clima Temperado

 

A ameixa, geralmente, atinge melhor qualidade em áreas onde as temperaturas no verão, (principalmente, próximo à colheita) são relativamente altas durante o dia e amenas no período noturno. Secas prolongadas, durante o plantio e antes da colheita, trazem considerável prejuízo à cultura. Ventos fortes são, também, prejudiciais, pois causam danos mecânicos, dilacerando as folhas e contribuindo para a propagação de doenças, principalmente bacterianas.  Recomenda-se a utilização de quebra-ventos, instalando-os, perpendicularmente, nas orientações de maior predominância dos ventos. Deve-se deixar uma distância das primeiras plantas para evitar sombreamento, quando o mesmo for instalado na posição norte.

O frio é classificado como o parâmetro de maior importância, tanto para eliminar a dormência, quanto após a floração. Quando as necessidades de frio não são satisfeitas, ocorre florescimento e brotação desuniformes e insuficientes, conduzindo a planta a um fenômeno conhecido por “erratismo”. A necessidade de frio é muito variável entre as cultivares, havendo as que necessitam em torno de 200 horas, enquanto outras necessitam até 1.500 horas de frio hibernal, ou mais. De modo geral, as cultivares de ameixeira do tipo europeia (Prunus domestica) necessitam mais frio hibernal do que as cultivares de ameixeira japonesas (Prunus salicina).Para as condições do Sul do Brasil, o tratamento recomendado para compensar a falta parcial de frio hibernal consiste no uso de cianamida hidrogenada (0,25 ou 0,50%), óleo mineral a 1,0% (saturação >90%) utilizando, como veículo, água limpa até formar volume total de 100 litros.Dentre os fenômenos climáticos que causam danos à produção, merecem destaque as geadas, os ventos fortes e as secas. O controle das geadas consiste em reduzir a concentração do frio na área a ser protegida, existindo vários métodos que vêm sendo empregados como nebulização, aquecimento, ventilação da atmosfera e irrigação das plantas por aspersão. O efeito de ventos é indireto, pois induz o fechamento dos estômatos, reduzindo a atividade fotossintética e o crescimento, além de poder causar  estresse hídrico pelo aumento da demanda evaporativa.Em caso de ocorrência de estresse hídrico, pode ocorrer redução na produção. O estresse pode, ainda, causar prejuízo na produção do ano seguinte, influindo na diferenciação floral. A ameixeira necessita de cerca de 600 mm de água para completar o ciclo.