Irrigação

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Luis Antônio Suita de Castro - Embrapa Clima Temperado

Flávio Luiz Carpena Carvalho - Consultor autônomo

Carlos Reisser Junior - Embrapa Clima Temperado

 

Os estádios nos quais as plantas são sensíveis ao estresse hídrico são identificados basicamente por grande atividade fisiológica. Após o período de dormência a retirada de água do solo pela planta aumenta à medida que os ramos se desenvolvem e a área foliar é ampliada. Após a floração, a multiplicação celular é muito grande porque é o número de células que determina o tamanho final dos frutos.

A falta de água nesse período reduz o número de células, comprometendo o tamanho dos frutos. Após o processo de divisão celular, inicia-se a fase de aumento do volume das células. Nesse período, a etapa mais crítica ocorre duas a três semanas antes da colheita.

Outro período crítico dá-se durante a diferenciação das gemas, a qual ocorre após a colheita. Nesse período, a atividade radicular é muito grande, uma vez que a planta armazena as reservas de nutrientes que irá utilizar no florescimento e na brotação, definindo a carga de frutos para a próxima estação. Essa é a fase mais importante no controle da umidade do solo, em razão de que, em condições de baixa umidade, há comprometimento da absorção de nutrientes pela planta, impedindo que ela entre, adequadamente nutrida, na fase de dormência.

A irrigação por aspersão, apesar de não ser o método mais indicado para pomares já formados, é muito empregada na produção de mudas. Este método consiste na dispersão de água sobre a cultura, utilizando-se um conjunto de moto-bomba, tubulação, aspersores e acessórios. Suas principais vantagens são: não necessitar de sistematização do terreno; poder ser utilizado em solos com quaisquer taxas de infiltração ou retenção de água; e não apresentar perdas na condução ou por escoamento superficial, quando bem manejado.

Além disso, exige pouca mão de obra, apresenta facilidade de montagem, não dificulta o preparo de solo, pode ser instalado no pomar já implantado, pode ser automatizado e operar 24 horas por dia, pode ser usado na prevenção de danos por geadas e possui grande variedade de opções de equipamentos. Principais desvantagens: necessita de altos volumes de aplicação; apresenta baixo rendimento; requer altas pressões para funcionamento e, consequentemente, consome muita energia; molha toda a área e a folhagem das plantas; possui alto custo de implantação; tem sua utilização limitada pelo vento; e necessita de água de boa qualidade.A irrigação de superfície se constitui no método de maior aplicação em fruteiras. Apresenta como desvantagens a dificuldade de circulação de máquinas, manutenção dos sulcos e grande necessidade de mão-de-obra.

A irrigação localizada caracteriza-se por adicionar água ao solo com maior frequência e em volumes menores, oferecendo umidade adequada à região do solo onde as raízes se distribuem. As principais vantagens do sistema são: proporcionar maior produtividade com menores volumes de água aplicados; utilizar baixa pressão na operação; não molha as folhas das plantas; operar em cultivos implantados em solos de baixa capacidade de infiltração (argilosos); aplicar fertilizantes junto com a água; não necessitar de nivelamento de solo; não apresentar limitações de topografia; ser automatizado e operar 24 horas por dia; apresentar elevada eficiência de aplicação, pois molha somente a área junto ao gotejador, o que reduz o aparecimento de ervas daninhas; permitir o uso de água com teores de sais mais elevados de que nos métodos de aspersão; e necessitar de pouca mão-de-obra para seu funcionamento.

As desvantagens são os custos de implementação, a ocorrência de entupimentos (por fatores biológicos, químicos e físicos) e o acúmulo de sais nas laterais do bulbo úmido. Salienta-se ainda que não pode ser utilizado no controle de geadas e necessita de experimentação local para maximizar os resultados com o sistema.