Viveiro

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Luis Antônio Suita de Castro - Embrapa Clima Temperado

 

De maneira geral, deve-se dar preferência a lugares levemente inclinados e regulares não sujeitos a encharcamentos, apresentando, portanto, solo com adequadas características físicas, principalmente no que se refere à drenagem. Deve-se considerar também a profundidade, que não deve ser inferior a 30 centímetros, assim como a fertilidade, sendo aconselhável solos ricos em matéria orgânica.

Uma boa exposição solar é fundamental, evitando-se locais sujeitos a sombreamento ou com ventos fortes, capazes de causar sérios prejuízos às mudas.  É importante utilizar locais onde não tenha havido cultivo de frutíferas em período recente, principalmente aquelas que apresentem parentesco com a espécie, assim como locais já utilizados anteriormente para viveiro. A proximidade de alguma fonte de água é de fundamental importância, devido à necessidade frequente de irrigações na etapa inicial de desenvolvimento das mudas, em locais onde as chuvas são irregulares.

Terrenos com declividade superior a 3% poderão ser utilizados desde que sejam marcadas curvas de nível com gradiente de declividade entre 0,5 e 1,0%, onde serão construídos terraços. Outro fator a considerar é o isolamento da área, evitando-se que pomares existentes nas proximidades, geralmente fontes de pragas e de doenças, venham a tornar-se causa de problemas irreparáveis para as mudas.

Paralelamente ao preparo do viveiro, ocorre o preparo da sementeira, onde ocorrerá a germinação dos caroços que darão origem aos porta-enxertos, constituindo-se numa etapa de extrema importância.

As mudinhas trazidas da sementeira são levadas para o viveiro logo após a germinação, ainda com os cotilédones, pois quanto mais cedo forem transplantadas menores serão os danos ocasionados, influindo diretamente na pega. No viveiro, o plantio é realizado sobre as linhas anteriormente marcadas, distanciados ente si de 15 centímetros. No plantio deve-se cuidar para que as raízes fiquem bem distribuídas, sem dobras, colocando-se as plantas na cova, na profundidade em que estavam na sementeira.
 
Outra alternativa é o plantio direto dos caroços no viveiro, colocando-os em sulcos, nas linhas, logo após o período de estratificação, respeitando-se  o distanciamento normal entre linhas (1,0 a 1,4 metros), distribuídos uniformemente, de forma bastante densa, podendo ter de 170 a 200 caroços por metro linear, semeados a uma profundidade não superior a 3 cm e cobertos com terra. Após a germinação, em locais onde o percentual de germinação foi elevado, faz-se o raleio de mudas. Os cuidados necessários ao viveiro, após o plantio ou germinação das mudas, são idênticos.