Amora
Produção de mudas
Autores
Luiz Eduardo Correa Antunes - Consultor autônomo
José Francisco Martins Pereira - Consultor autônomo
Ivan dos Santos Pereira - Consultor autônomo
Renato Trevisan - Consultor autônomo
A multiplicação através de perfilhos retirados das entrelinhas de cultivo pode ser realizada, entretanto, em muitos casos não há número suficiente de mudas, e estas normalmente estão com tamanhos irregulares, além do estresse que pode ser causado no sistema radicular da planta-mãe.
O perfilhamento da cultura é elevado, aparecendo muitas brotações, entre as linhas de plantio, que devem ser sistematicamente eliminadas para que se evite a obstrução do deslocamento de pessoal e de máquinas pela cultura. Os perfilhos eliminados podem ser utilizados como mudas.
A multiplicação rápida de mudas de amoreira-preta pode ser conseguida através do enraizamento de estacas herbáceas, sob nebulização e preparadas com quatro a cinco gemas, sendo que a produção de mudas por este método pode ser feita durante todo o período de crescimento da planta matriz. Outro método rápido de propagação da amoreira-preta e framboeseira é a utilização de um pequeno segmento da haste da planta com gema foliar, colocadas sob nebulização e em substrato constituído por areia.
A utilização de estacas lenhosas na propagação da amoreira-preta não é uma prática usual, entretanto, após o período de dormência, face à poda realizada, obtém-se um grande número de estacas. Podem-se obter índices de enraizamento de estacas lenhosas superiores a 85%, sem utilização de reguladores de crescimento para as cultivares Brazos, Caingangue, Tupy, Guarani e Ébano.
Após o preparo das estacas, é importante a escolha do substrato onde as mesmas serão colocadas para enraizar. O substrato destina-se a sustentar as estacas temporária ou definitivamente.
Durante o período de enraizamento, é importante que o substrato permita a manutenção das estacas num ambiente úmido, escuro e suficientemente aerado. O substrato influi tanto no porcentual de enraizamento quanto na qualidade das raízes formadas. Além desses fatores, o substrato deve apresentar uma boa aderência à estaca, evitar a contaminação e o desenvolvimento de micro-organismos e ainda não conter qualquer substância fitotóxica à estaca.
A muda pronta, produzida por qualquer um dos métodos citados anteriormente, poderá ser plantada a qualquer época do ano, dando-se preferência ao período das chuvas e com temperaturas mais elevadas, afim de que a planta se desenvolva rapidamente. Em São Paulo e Minas Gerais, o período mais apropriado seria a partir de novembro.
Entretanto, no Rio Grande do Sul, este período vai de julho a agosto, já que apesar da baixa temperatura, há altos níveis de umidade do solo. Nos períodos de maior temperatura (verão), normalmente há períodos de longo déficit hídrico no solo.