Mercado

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Clóvis Oliveira de Almeida - Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

Mercado externo

O Brasil, embora ocupe um dos primeiros lugares na produção mundial, exporta menos de 5% de sua produção. O Equador, que em 2003 ocupou a quarta posição na produção, vem assumindo o posto de maior exportador mundial. O mercado internacional de banana, além de ser dominado por um pequeno número de grandes empresas internacionais, é guiado por variedade (consideram-se apenas as variedades do subgrupo Cavendish), licença prévia, barreiras tarifárias e, no caso europeu, também por cotas de exportação. Trata-se, portanto, de um mercado de difícil acesso.

No ano de 2003, o agronegócio da banana no Brasil exportou mais de US$ 30 milhões. As exportações brasileiras de bananas frescas e secas estão concentradas em poucos Estados, e também estão igualmente concentradas quanto aos países de destino e às empresas exportadoras (Tabelas 1 e 2).

Tabela 1. Exportação brasileira de bananas frescas ou secas, por Estado, em 2003.

Fonte: Dados básicos MDIC, 2004.

 

Tabela 2. Exportação brasileira de bananas frescas ou secas, por país de destino, em 2003.

Fonte: Dados básicos MDIC, 2004.

 

Mercado interno

O valor da produção da banicultura nacional, em 2002, em torno de R$2 bilhões, revela a importância da cultura frente à fruticultura nacional.

Embora grandiosa em produção, a bananicultura brasileira ainda apresenta uma série de problemas na fase de comercialização, em especial, destacam-se os seguintes:

  • Falta de transparência na formação de preços:

Os preços das frutas no Brasil são levantados ou informados com pouco critério e incipiente indicativo de qualidade e, basicamente, refletem a situação do atacado, representado pelas centrais de abastecimento. Assim levantados, as referências de preços de frutas no Brasil tornam-se, do ponto de vista do produtor, pouco confiáveis e, portanto, de pouca utilidade no planejamento da produção. Ademais, por se tratar de produto altamente perecível, os preços refletem apenas a situação de curtíssimo prazo, o que torna o problema ainda mais grave.

  • Critério de classificação pouco utilizado:

A não-utilização de critérios de classificação causa prejuízos aos produtores, tornado-os dependentes dos compradores imediatos (atravessadores), que geralmente escolhem as melhores frutas e não pagam mais por essa diferença. Quando a comercialização é realizada a longas distâncias, a situação é ainda pior, porque o produtor, não possuindo um critério objetivo de classificação nacionalmente aceito, tem pouco poder de negociação. Os consumidores também podem ser prejudicados, na medida em que pagam o mesmo preço por frutas de diferentes padrões de qualidade.

  • Embalagem imprópria ou mesmo inexistente em algumas regiões:

A falta de embalagens ou a sua inadequação ainda constitui um dos principais problemas da bananicultura brasileira, responsável, em grande parte, pelas elevadas perdas pós-colheita. Embalagens inadequadas, como a caixa de madeira, causam sérios problemas de contaminação dos frutos, além de serem pouco econômicas.

  • Falta de estrutura adequada de armazenamento:
     

O uso de caminhões com sistema de refrigeração no transporte de banana ainda é muito pequeno, assim como o uso de refrigeração nos supermercados, segmento mais exigente em qualidade de fruto. O custo da refrigeração e o baixo nível de renda per capita do brasileiro justificam, em grande parte, a pouca utilização de sistemas de refrigeração na comercialização de frutas no mercado interno.

  • Elevadas perdas pós-colheita:

A perdas pós-colheita podem chegar a 40% da produção, e são causadas, na maior parte, pelo manuseio excessivo, pela inadequação no transporte e pelo uso de embalagens não adequadas.

 

Distribuição

Os principais agentes de distribuição no mercado interno são as Ceasas, as feiras livres, os supermercados, os intermediários e os varejões. A importância relativa de cada um pode variar de acordo com o grau de organização dos produtores, a região produtora e o centro de consumo.

 

Sazonalidade de oferta

A Tabela 3 traz a sazonalidade da oferta nos principais pólos produtores de banana no Brasil. Como pode ser observado, a banana é produzida durante todo o ano, mas é concentrada em determinados meses, dependendo da variedade e da região produtora. Na Região de Petrolina, em Pernambuco, a produção pode ser considerada relativamente estável, em função do uso da irrigação e das condições climáticas. No período de maior oferta, os preços geralmente são menores e a qualidade melhor. No período de entressafra os preços tendem a subir. Quando a oferta é regular, os preços geralmente são mais estáveis.

Tabela 3. Sazonalidade da oferta de banana nas principais regiões produtoras do Brasil.