Banana
Irrigação
Autores
Eugênio Ferreira Coelho - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Antônio Heriberto de Castro Teixeira - Consultor autônomo
Édio Luiz da Costa - Consultor autônomo
Marcelo Bezerra Lima - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Ana Lúcia Borges - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Em qualquer região do Brasil há riscos de ocorrência de déficit de água no solo nos períodos secos, afetando, com isso, a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos.
A irrigação é uma alternativa para a suplementação da água durante períodos de déficit. Porém, ela não funciona isoladamente, mas, sim, combinada com outras práticas agrícolas, de forma a beneficiar a cultura. Além disso, a qualidade da água é fundamental para a obtenção de frutos de alta qualidade e maior rendimento por área.
A irrigação adequada permite ao solo condições de umidade e aeração ideais para a absorção de água pelas raízes, o que garante à cultura ótimas produtividades.
Métodos de Irrigação
A escolha do método depende das condições locais de cultivo, tais como o tipo do solo e seu relevo, o custo da implantação, manutenção e operação da irrigação, bem como a quantidade e a qualidade da água e da mão-de-obra disponível.
Para regiões onde a água é escassa, os métodos de irrigação localizados são recomendados. Para as regiões onde a água é farta, tal como o norte do País, especialmente em solos planos e argilosos, os métodos em superfície, como os de sulcos e bacias em nível são viáveis.
No entanto, os métodos mais recomendados são os de irrigação localizada, como a microaspersão e o gotejamento, pois são os que exigem menor quantidade de água e energia. Entre eles, a microaspersão (Figura 1) gera maior área molhada, permitindo maior desenvolvimento das raízes. Recomenda-se o uso de um microaspersor com vazão de, no mínimo, 45 litros de água por hora, para quatro plantas.
Foto: Eugênio Ferreira Coelho
Figura 1. Microaspersão.
No uso do gotejamento (Figura 2), deve-se usar pelo menos dois gotejadores por planta, em regiões sub-úmidas, numa linha de irrigação ou usar duas linhas de irrigação com quatro gotejadores por planta em condições semi-áridas, atentando para sua disposição de forma a obter uma área molhada adequada para o desenvolvimento das raízes. Deve-se manter o alinhamento das plantas ao máximo em todos os ciclos de forma a não reduzir a eficiência de irrigação com o tempo.
Dos sistemas de irrigação por superfície, o de sulcos (canaletas) tem sido o mais utilizado em bananeira. O número de sulcos a ser construído por fileira de plantas vai depender do movimento lateral da água no solo (capacidade de infiltração da água) onde a cultura estiver instalada. Para solos argilosos (maior movimento lateral), pode-se utilizar apenas um sulco por fileira de plantas, enquanto que para solos areno-argilosos (menor movimento lateral) são recomendados dois sulcos por fileira de plantas.
Quantidade de água necessária
A bananeira requer razoável quantidade de água, pela estrutura da planta, com grande área foliar e peso da água correspondente a 87,5% do peso total da planta.
A quantidade necessária de água é dependente da idade da planta e das condições meteorológicas no bananal.
Tabela 1. Demanda hídrica em litros por dia da bananeira nas condições do semi-árido da Bahia.
Tabela 2. Consumo médio diário da bananeira em Petrolina, PE, com base na evapotranspiração de referência (ETo), para os períodos considerados.