Bacterianas

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Zilton José Maciel Cordeiro - Consultor autônomo

Aristoteles Pires de Matos - Embrapa Mandioca e Fruticultura

Paulo Ernesto Meissner Filho - Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

Moko ou murcha bacteriana

 

No Brasil, o moko está presente em todos os Estados da Região Norte, com exceção do Acre. É causada pela bactéria Ralstonia solanacearum Smith (Pseudomonas solanacearum), raça 2. Não existem variedades resistentes a esta doença e as perdas causadas podem atingir até 100% da produção. Mas, com vigilância permanente, é possível conviver com a doença e mantê-la em baixa percentagem de incidência.

A transmissão e disseminação da doença pode ocorrer de diferentes formas, dentre as quais destacam-se:

  • Uso de ferramentas infectadas.
  • Contaminação de raiz para raiz ou do solo para a raiz.
  • Transmissão de insetos visitadores de inflorescências, tais como as abelhas, vespas e moscas.
  • Trânsito de plantas hospedeiras.

 

Sintomas

Os sintomas do moko são observados tanto nas plantas jovens como nas adultas e podem confundir-se com os do mal-do-Panamá. Para um teste rápido, destinado a detectar a presença da bactéria nos tecidos da planta e, assim, confirmar a ocorrência do moko, utiliza-se um copo transparente com água até dois terços de sua altura, em cuja parede adere-se uma fatia delgada da parte afetada (pseudocaule ou engaço), no sentido longitudinal, fazendo-a penetrar ligeiramente na água. Dentro de aproximadamente um minuto ocorrerá a descida do fluxo bacteriano (Figura 1).

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 1. Teste do copo para o moko, mostrando a descida
do pus bacteriano. 

 

  • Manchas indicando a presença da bactéria no interior do pseudocaule e do engaço (descoloração vascular) (Figura 2).

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 2. Descoloração vascular central, típico da bananeira
com moko. 

 

  • Podridão seca em frutos afetados (Figura 3).

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 3. Podridão seca em frutos afetados pelo moko.

 

  • A presença de frutos amarelos em cachos verdes.
  • Murcha da última bráctea do coração, a qual cai sem se enrolar.
  • Seca do coração e da ráquis.

 

Controle

A base principal do controle do moko é a detecção precoce da doença e a rápida erradicação das plantas infectadas e daquelas que estiverem ao seu redor.

A erradicação é feita mediante a aplicação de herbicida como o glifosato a 50%, injetado no pseudocaule ou introduzido por meio de palitos embebidos nessa suspensão. O produto deve ser aplicado em todas as brotações existentes na touceira (3 a 30 mL por planta ou broto, dependendo da altura). É importante que a área erradicada permaneça limpa durante um período de 12 meses.

Outras medidas importantes para o controle do moko são:

  • Desinfestação das ferramentas usadas nas operações por meio da imersão em solução de uma parte de formaldeído para três de água, após o uso em cada planta.
  • Eliminação do coração até 15 dias após do surgimento da última penca.
  • Plantio de mudas sadias.
  • Substituição das roçagens ou das capinas, pelo uso de herbicidas.
  •  

Podridão-mole

A podridão-mole continua sendo um problema de menor importância dentro da bananicultura. Tem sido observada em todas as regiões produtoras, mas geralmente está associada a fatores de estresse devido ao excesso de umidade. Esta doença é causada pela bactéria Erwinia musa.

 

Sintomas

Caracterizam-se pelo apodrecimento do rizoma, evoluindo da base para o ápice. Ao cortar-se o rizoma ou pseudocaule de uma planta afetada, pode ocorrer a liberação de grande quantidade de material mal cheiroso, daí o nome podridão mole. Na parte aérea, os sintomas podem ser confundidos com aqueles do moko ou do mal-do-Panamá. A planta normalmente expressa sintomas de amarelecimento e murcha das folhas, podendo ocorrer quebra da folha no centro ou junto ao pseudocaule.

 

Controle

As medidas de controle não incluem intervenções com agrotóxicos, mas a utilização de práticas que mantenham condições menos favoráveis ao desenvolvimento da doença, tais como:

  • Manejar corretamente a irrigação, de modo a evitar excesso de umidade no solo.
  • Eliminar plantas doentes ou suspeitas, procedendo-se vistorias periódicas na área plantada.
  • Utilizar, em lugares com histórico de ocorrência de doenças, mudas enraizadas, para prevenir infecções precoces, que tendem a ocorrer via ferimentos provocados quando da limpeza das mudas (descorticamento).
  • Utilizar práticas culturais que promovam a melhoria da estrutura e da aeração do solo.