Mal-do-Panamá

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Zilton José Maciel Cordeiro - Consultor autônomo

Aristoteles Pires de Matos - Embrapa Mandioca e Fruticultura

Paulo Ernesto Meissner Filho - Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

O mal-do-Panamá é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense que está disseminada em todas as regiões produtoras de banana do mundo. Este fungo pode sobreviver no solo por mais de 20 anos ou ainda em hospedeiros intermediários. No Brasil, diversas variedades tradicionais, como a banana Maçã, são susceptíveis a esta doença.

As principais formas de disseminação são o contato das raízes de plantas sadias com plantas doentes, pelo uso de material de plantio infectado ferramentas de desbaste transportando solo contaminado. O fungo também é disseminado por água de irrigação, de drenagem e de inundação, assim como pelo homem, por animais, pela movimentação de solo.

Sintomas

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 1. Rachadura no pseudocaule de planta com
mal-do-Panamá. 

 

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 2. Descoloração vascular no pseudocaule de planta
com mal-do-Panamá. 

 

Foto: Aristoteles Pires de Matos

Figura 3. Murcha e amarelecimento foliar em bananeira
com mal-do-Panamá. 

 

Os principais sintomas do mal-do-panamá são:

  • Rachadura no pseudocaule e quebra de folhas (aspecto de guarda-chuva fechado) (Figura 1)
  • Manchas vermelhas indicando a presença do fungo no interior do pseudocaule (descolaração vascular) (Figura 2)
  • Murcha e amarelecimento foliar em planta com mal-do-Panamá (Figura. 3)
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Danos e distúrbios fisiológicos

O mal-do-Panamá, quando ocorre em variedades altamente suscetíveis como a banana ‘Maçã’, provoca perdas de 100% na produção. Já nas variedades tipo Prata, que apresentam um grau de suscetibilidade bem menor do que a ‘Maçã’, a incidência do mal-do-Panamá, geralmente, situa-se, na maioria dos casos, num patamar dos 20% de perdas.

 

Controle

A melhor via para o controle do mal-do-Panamá é a utilização de variedades resistentes.

Como medidas preventivas, recomendam-se as seguintes práticas:

  • Evitar as áreas com histórico de incidência do mal-do-Panamá.
  • Utilizar mudas certificadas.
  • Corrigir o pH do solo, mantendo-o próximo à neutralidade e com níveis ótimos de cálcio e magnésio, que são condições menos favoráveis ao fungo.
  • Dar preferência a solos com teores mais elevados de matéria orgânica, o que aumenta a concorrência entre os microrganismos habitantes do solo, dificultando a ação e a sobrevivência do fungo.
  • Manter as populações de nematóides sob controle, pois eles podem ser responsáveis pela quebra da resistência da planta facilitando a penetração do fungo.
  • Manter as plantas bem nutridas, guardando sempre uma boa relação entre potássio, cálcio e magnésio.