Mudas Micropropagadas

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Élio José Alves - Consultor autônomo

Marcelo Bezerra Lima - Embrapa Mandioca e Fruticultura

Janay Almeida dos Santos Serejo - Embrapa Mandioca e Fruticultura

Aldo Vilar Trindade - Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

A micropropagação tem sido adotada em muitos países para a produção de mudas de bananeira. No Brasil, esse método vem sendo utilizado de maneira crescente nos últimos anos, com a instalação de diversos laboratórios comerciais em diferentes regiões do País, permitindo, assim, um acesso mais rápido dos agricultores a mudas de melhor qualidade, especialmente das variedades tradicionais e dos novos híbridos desenvolvidos pelos programas de melhoramento genético. A técnica geralmente envolve o desenvolvimento in vitro de brotos a partir de gemas (ápices caulinares ou florais), nos quais é induzida a formação de novas gemas, em condições controladas de cultivo.

Vantagens da micropropagação

Comparando-se os diferentes métodos de propagação vegetativa com relação ao número de mudas obtidas e ao tempo gasto na produção das mesmas, verifica-se que a micropropagação é muito superior aos demais processos (Tabela 1). Enquanto no processo natural são necessários 12 meses para obtenção de 20 a 30 mudas, cerca de dez vezes mais mudas são obtidas em quase metade desse tempo mediante a micropropagação.

Tabela 1. Comparação entre o número de mudas e período necessário para obtenção de plantas a partir de diferentes métodos de propagação vegetativa.

 

Além da produção de mudas em grande escala, em qualquer época do ano e com economia de tempo e espaço, as principais vantagens da micropropagação incluem a uniformidade no desenvolvimento das mudas, o que permite a uniformização do plantio e sincronização da colheita, e a obtenção de plantas com características genéticas idênticas à matriz e sadias, evitando assim a disseminação de pragas e doenças. As mudas micropropagadas sobrevivem mais no campo e crescem mais rapidamente nos primeiros estádios de desenvolvimento, do que as mudas convencionais.

Uma outra grande vantagem é que as plantas oriundas da multiplicação in vitro produzem cerca de 30% a mais do que as convencionais, por serem obtidas a partir de matrizes selecionadas e estar isentas de doenças sistêmicas. Além disso, apresentam maior precocidade no primeiro ciclo de produção, em relação às mudas convencionais, florescendo até quatro meses antes das plantas convencionais. Também são mais precoces na emissão de filhos e produzem mais filhos por ano.

Limitações da micropropagação

A grande limitação da micropropagação é a ocorrência de variação somaclonal, ou seja, aparecimento de plantas anormais durante o processo de multiplicação, principalmente relacionada à estatura, cor, forma e arquitetura das folhas e má formação dos cachos. Estas alterações, principalmente as relacionadas com a produção, podem causar prejuízos para o produtor. Por esse motivo é fundamental que as mudas micropropagadas sejam adquiridas de fornecedores idôneos que garantam a qualidade das mesmas